A Centromarca, a Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, realizou no passado dia 24, no Auditório do ISLA, o seminário “A construção do preço e o esforço promocional: Pistas para conhecer melhor o mercado dos produtos de marca”. O objetivo era debater o atual contexto económico e o seu impacto no consumo, com especial enfoque nas vendas promocionais e no modo como se constrói o preço final ao consumidor.
O Imagens de Marca falou com Pedro Pimentel, Diretor da Centromarca para perceber a importância de falar neste tema e de focar a equidade que precisa existir no mercado. Com um auditório com uma plateia maior do que os lugares que suportava, o seminário contou com vários oradores de diferentes áreas.
A abrir o painel esteve Vítor Amaral, Diretor de Serviço ao Cliente da Nielson, que apresentou alguns dados sobre o mercado nacional na perspetiva das marcas e do consumidor. Segundo afirma Vítor Amaral, o PIB nacional caiu 3,9% em volume no 1º trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2012, acelerando o ritmo de contração da economia portuguesa.
Vítor Amaral afirmou que o facto de o desemprego estar a atingir recordes limita bastante a evolução do consumo e que hoje, os níveis de confiança do consumidor atingem níveis mínimos históricos e que os consumidores portugueses são os mais pessimistas da Europa. Nota-se o fenómeno de maior procura por marcas mais baratas e aqui a marca própria ganha um maior releve. Segundo um estudo da Nielson, o peso das Marcas de Distribuição (MDD) tem vindo a aumentar nos últimos anos, sendo a Suíça e Reino Unido são os países da Europa com maior presença das Marcas de Distribuição logo seguidos por Portugal.
No mercado nacional, as Marcas da Distribuição contam com uma presença mais forte em congelados e mercearia, enquanto bebidas alcoólicas e higiene pessoal são áreas com menor desenvolvimento nas MDD. Vítor Amaral refere, ainda, que os shoppers procuram mais promoções mudam de marca consoante as promoções em voga, um tema que também abordámos com Pedro Pimentel, Diretor-geral da Centromarca. É de notar também que os fabricantes têm tido um maior nível de atividade promocional, intensificando-se no 1º trimestre de 2013. Mas, apesar disso, Fabricantes e MDD registam aumentos de preços não promocionais na maioria das categorias.
Jorge Morgado, Secretário-geral da DECO, levou ao seminário o estudo “A relação entre os supermercados e os fornecedores: que implicações para os consumidores?”, realizado em todos os Estados Membros da União Europeia, Noruega e Austrália. De que forma é que esta relação pode prejudicar os consumidores e quais as medidas a tomar para não prejudica-los esteve na base da entrevista que o Imagens de Marca fez a Jorge Morgado.
Como conclusão do estudo, a DECO reivindica um observatório de preços, maior transparência, governança das relações contratuais, responsabilidade com o mesmo valor ético do princípio da boa-fé contratual. Assim como a participação de consumidores e empresas, na monitorização de preços, exigir melhor regulação e fiscalização e medidas que garantam transparência.
Houve ainda tempo para a Eurodeputada Maria Patrão Neves abordar o tema da equidade na cadeia alimentar e das medidas que estão a ser planeadas neste sentido, assim como uma análise do mercado espanhol Por José António Garcia do The Brattle Group, uma empresa de consultoria económica. José Gomes Ferreira, Jornalista da SIC refletiu também sobre o setor dos produtos de grande consumo e como a crise afeta o poder de compra dos portugueses.
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