Foi no Brasil que nasceu o primeiro Rock in Rio. Estávamos em 1985 e o sonho de Roberto Medina era criar um festival de música de grande dimensão e que fosse do agrado dos jovens.
Sem dinheiro para investir e dar asas a este seu desejo, Roberto Medina acreditou que uma das principais marcas de cerveja brasileiras, a Brahma, podia ser a solução. Na opinião do empresário a Brahma estava a envelhecer no mercado, portanto propôs que esta se juntasse à criação do festival. Depois de duas reuniões, segundo uma entrevista ao Económico, Medina levou a melhor e conseguiu um investimento de 20 milhões de dólares.
No seu livro “Vendedor de Sonhos”, Medina considera o Rock in Rio “um movimento de música”: “É comunicador, é interessante para as pessoas e para os patrocinadores. As marcas pedem energia, emoção. E o evento traz isso ao vivo. Traz uma capacidade de se colocar dentro da alma do indivíduo, o que a propaganda convencional não consegue.”
A filha, Roberta Medina, tem um simples objetivo: “Vamos transformar o Rock in Rio na maior marca mundial de música. Não me refiro apenas aos festivais. Podemos criar um selo fonográfico, campanhas teatrais, jogos, portais e roupas.”
Na sua primeira edição, no Brasil, o festival recebeu mais de um milhão de pessoas que consumiram cerca de um milhão e meio de litros de bebidas. Tinha acabado de nascer uma marca que, mais tarde se veio a internacionalizar.
O festival chega a Portugal em 2004, ou seja, há precisamente 10 anos. Diretamente do Brasil, foi aqui que se internacionalizou pela primeira vez, ao som de convidados como Metallica, Paul McCartney e Kings of Leon, por exemplo. A conquista da Europa começou com uma primeira edição acompanhada em cerca de 80 países, segundo o site do festival.
Em 2006, o evento voltou a terreno português e assentou definitivamente. Desta vez, o alinhamento musical foi mais variado, uma estratégia para captar a atenção de vários públicos, de diversas gerações.
Inovar faz parte do adn do festival deste há muito tempo e na altura várias áreas viram o seu design ser modificado. Nesta segunda edição em Portugal, a Better World, entidade que organizou o Rock in Rio Lisboa, renovou contrato com as marcas presentes em 2004. Com o Millennium BCP como patrocinador principal, o festival contou com o co-patrocínio da Sumol/7Up, Vodafone, Sagres e Toyota.
Dois anos depois, o evento estava de volta ao Parque da Bela Vista. Corria o ano de 2008 e mais novidades surgiram. Nesta terceira edição, a Vodafone foi uma das marcas que regressou em peso, com o “Best Seat Vodafone”, junto ao palco, com a “Pista de Snowboard” e com a grande novidade “Yorn Vinil”, um espaço mecanizado que recriou o movimento de rotação de um disco gigante de vinil. Esta marca, e também a Playstation, que surgiu com um espaço onde todos podiam ser estrelas a cantar, vêem neste evento uma das melhores formas de se aproximarem dos consumidores.
Segundo a organização do festival, com a Vodafone são cerca de 20 as marcas associadas diretamente ao Rock in Rio. Trata-se de um evento que tem vindo a ganhar cada vez mais uma maior dimensão.
Em 2010, o festival ficou marcado por outra ação criativa, mais uma vez da Vodafone. Em plena Cidade do Rock esta marca, que foi a segunda mais reconhecida pelos festivaleiros neste ano, instalou um hotel, proporcionando regalias como oferta de pequeno-almoço aos hóspedes, por exemplo.
Em 2012, o festival apostou noutras estratégias. Para combater a crise que se sentiu em Portugal, foram revelados nomes musicais mais cedo e criados kit’s de natal para que se comprassem bilhetes com preços reduzidos. Uma estratégia que resultou na venda de 12 mil unidades.
Nesse ano, o Rock in Rio fez sucesso com a criação da Street Dance da Rock Street (novidades que no ano seguinte foram uma aposta no Brasil). Com uma notoriedade de 89% no país, de acordo com um estudo da GFK, só no primeiro fim de semana o evento contou com 125 mil pessoas. Além disso, foi aqui que terminou o ciclo do Millenium como patrocinador principal, uma parceria que durava desde o início da primeira edição do Rock in Rio Lisboa.
Em 2014 o festival tem como patrocinador principal a Vodafone. A Heineken é também uma das marcas que faz questão de se aproximar dos consumidores, ainda para mais depois da final da Liga dos Campeões na mesma cidade.
Mas com esta edição não se celebram apenas os 10 anos do evento em Portugal, mas também os 30 anos da sua história. Uma reportagem a não perder na emissão especial do Imagens de Marca, deste sábado, às 14h30, na SIC Notícias.
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