Diz-se que a rádio foi a voz da Revolução. Numa altura em que a televisão ainda não fazia parte do quotidiano de muitos lares portugueses e longe da chegada da era digital, a rádio foi o meio escolhido para ajudar no arranque das operações do Movimento das Forças Armadas e como forma de chegar às massas no pós-25 de abril.
Em 1974 existiam apenas três rádios nacionais: a Renascença, o Rádio Clube Português e a Emissora Nacional. Diz quem viveu aquele dia de perto, jornalistas e militares, que sem a rádio a mudança não teria sido tão rápida e eficaz, e que possivelmente o regime ditatorial prolongar-se-ia por mais algum tempo.
A primeira senha que dava o sinal para as tropas avançarem foi emitida 5 minutos antes das 23h, no dia 24 de Abril de 1974, na rádio Alfabeta dos Emissores Associados de Lisboa. “E depois do adeus”, de Paulo de Carvalho, foi a música escolhida, vencedora desse ano do Festival da Canção. Mas foi só às 00h20 do dia 25 de abril que veio a confirmação para desencadear as operações. No programa “Limite”, da Renascença, passava àquela exata hora a música “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso. O locutor de serviço, Leite de Vasconcelos, não sabia a importância da difusão daquela música, previamente gravada para o programa, que se tornou no hino da Liberdade.
Hoje, 40 anos mais tarde, a Renascença recorda esse momento e conta ao Imagens de Marca, algumas curiosidades sobre essa noite.
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