As marcas próprias são o tema da primeira reportagem da rubrica Marcas da Distribuição. Mais do que avivar controvérsias, a nossa abordagem pretende lançar uma visão mais lata sobre o conceito de marcas próprias e questionar alguns dos mitos criados em torno desta tendência, que é global, e que segundo os estudos de mercado vai continuar a crescer nos próximos anos.

O Imagens de Marca conversou sobre esta temática com o Presidente Internacional da Daymon Worldwide, uma multinacional norte-americana especialista na criação de marcas próprias para o retalho. Trabalha com gigantes da grande distribuição em todo o mundo, como a Wegmans, nos Estados Unidos, O Carrefour, no Brasil ou a AEON no Japão.

David Lopes, é português, conhece bem o desenvolvimento da criação de marcas próprias em Portugal, sobretudo no setor da Grande Distribuição. Fez parte dos quadros superiores do Grupo Jerónimo Martins, tendo exercido funções de Presidente Executivo do Recheio Cash & Carry, mas há quatro anos, foi convidado pela Daymon Worldwide a fazer parte da sua equipa de executivos.

Está hoje a liderar a expansão da operação internacional para os mercados da Europa, Ásia, América Latina e África. Tivemos a oportunidade de o “apanhar” em terra, numa das breves aterragens em Lisboa. A nossa conversa decorreu em Miraflores, naquele que é o escritório europeu da multinacional norte-americana.

David Lopes, contou-nos como convenceu a casa mãe a colocar o “hub” da sua operação internacional em Portugal, diz que “defendeu a excelente localização geográfica nacional e a qualidade e talento dos recursos humanos portugueses”. É um entusiasta dos produtos e marcas próprias do país, como o vinho do Porto ou os pastéis de nata e não tem dúvidas que a nossa oferta gastronómica pode conquistar o mundo em conceitos de distribuição inovadores.

Na sua opinião todas as marcas são próprias, pois são cada vez mais as marcas criadas pelo retalho que embora não detenham a indústria, tem colocado no mercado produtos e serviços de qualidade, inovando e liderando em muitas categorias. De acordo com as análises de mercado, o crescimento das marcas próprias está intimamente ligado a um maior acesso à informação, o seu consumo é considerado uma atitude de compra inteligente, o que se confirma, por ser dominante em economias mais desenvolvidas, como as da Alemanha, Reino Unido ou Suíça. São ideias que partilhamos através da nossa entrevista nesta seção.

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