21 de novembro de 2011

Complicado, ocupada, garantia…palavras a não usar!

Domitília dos Santos, gestora de fortunas em Wall Street, que aceitou tomar um pequeno-almoço, no CCB em Lisboa, com um grupo de empresárias portuguesas, partilhou algumas das experiências do seu percurso profissional e deixou algumas ideias e atitudes que adotou na sua vida, que a ajudaram a chegar onde chegou, que podem ser dicas para os líderes das empresas portuguesas.


 


Esta portuguesa, que nunca escondeu a sua identidade portuguesa e que mantem uma única nacionalidade, afirma que nunca usa a palavra “complicado” porque é desde logo uma ideia negativa, assim como considera desmotivador, quando alguém pede a atenção de um líder, este desculpar-se com a frase “estou muito ocupado”. Dá a sensação que os outros não estão. Domitília dos Santos chamou ainda a atenção para o fato de hoje nada estar garantido, por isso a palavra garantia também deve cair do léxico dos negócios, pelo menos na sua área. Acrescenta que “a única certeza que temos na vida é realmente a incerteza”.


 


Na sua visão e referindo-se ao mundo financeiro, as mulheres podem fazer a diferença como líderes, porque são mais resistentes, mais empenhadas em tomar conta dos clientes, conseguem gerir muitas coisas ao mesmo tempo.


 


Quando questionada por Francisco Murteira Nabo, representante do comité LIDE Portugal, sobre a informalidade norte-americana, face à formalidade europeia, respondeu: “os americanos costumam comentar que quando vêm participar em congressos ou encontros de negócios em Portugal nunca conhecem ninguém, porque as pessoas tratam-se pelos títulos, doutor ou engenheiro. Nos Estados Unidos usam-se os nomes”. Contou que um mentor seu lhe disse um dia, “a pessoa mais importante é a que não tem título no cartão”. Para Domitília que começou a trabalhar aos 14 anos, a dobrar lençóis numa fábrica, as pessoas devem mostrar o que são e sabem fazer. Outra das ideias que quis partilhar foi a sua perspectiva do trabalho. “Trabalho para mim é pegar numa enxada no algarve, com os meus pais que eram agricultores. O que faço hoje é o que gosto, fazendo o que gosto eu não trabalho”.


 


Para a gestora de fortunas, que desafiou tudo e todos em Wall Street a fazer o dia de Portugal no Central Park (com uma segunda edição marcada para 2012), os portugueses para aumentar a sua produtividade têm de ser mais focados no que estão a fazer e deixar para trás uma agenda com o tempo pouco rentabilizado no que é o trabalho. “Há que fazer listas com tarefas, nunca acabar o dia sem ver a lista toda riscada. Não falar do que está mal, mas da solução. Focar-se mais no que se pode fazer e não no que foge ao nosso controlo”.


 


Domitília dos Santos, a líder de opinião do Sons de Marca desta semana, vai mais longe. Para a gestora não parece que haja falta de trabalho, pode é não existir vontade de se fazer qualquer coisa quando se está desempregado.   


 


Esta líder de sucesso no mundo da alta finança nos EUA foi a personalidade escolhida para a apresentação do projecto LIDE Mulher. Trata-se de um subcomité do LIDE Portugal, que faz parte da rede de lobbying e networking empresarial de raiz brasileira, presente em diversos países do mundo.


 


O LIDE Mulher pretende fazer uma espécie de lobbying entre as mulheres que lideram no mundo dos negócios, como explica a presidente, Helena Coelho. É uma forma de se partilhar experiências do percurso profissional, ajudando outros líderes, não só mulheres, mas também homens, que de resto também estavam no evento.


 


Alexandre Mestre, Secretário de Estado do Desporto e da Juventude, e uma destas presenças masculinas, fez questão de deixar a porta do governo aberta para ouvir propostas da liderança feminina, no sentido de melhorar a integração das mulheres nas empresas. As jovens licenciadas em gestão, segundo alguns dados do mercado de trabalho, entre os 25  e os 35 anos, têm muitas dificuldades em arranjar uma colocação. 


 


Cristina Borges, diretora de Marketing da Microsoft Portugal, foi uma das líderes presentes e destacou do encontro algumas mensagens de vida, que considera importantes. Como o fato de Domitília não acreditar no sucesso, por ser algo em construção. MJM


 

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