Começamos um novo ano pleno de algumas boas notícias: Ronaldo vence uma Bola de Ouro brilhante; o país apresenta alguns indicadores de uma eventual retoma económica; mas também com uma das principais montras de inovação e tendências tecnológicas que já se encontram “mesmo ali ao virar da esquina” – o CES 2014 - que decorreu de 07 a 10 de Janeiro.
Apesar da azáfama normal típica de um início de ano, procurei absorver tudo o que são novidades que surgem neste evento, e que vão ter impacto relevante nas nossas actividades de marketing e comunicação. A buzzword para este ano é claramente WEARABLE TECH.
Já tínhamos sido surpreendidos em 2013 com o Pebble Watch. Um smart device que conecta ao smartphone para controlar as actividades do dia a dia, práticas desportivas, controlo remoto da habitação e muito mais derivado das suas parcerias com a LG, a Mercedes Benz, a GoPro e outras marcas sonantes.
Mas a “onda” está a ganhar forma de um autêntico “tsunami”, prometendo alterar de forma impactante os nossos hábitos de dia a dia e abrindo um novo leque de oportunidades de negócio.
No CES surgiram algumas curiosidades dignas de registo: as primeiras Smart Socks da Heapsylon; o bio-relógio da Aura que acompanha os nossos ciclos de sono; a bracelete June que assinala quando a nossa pele já apanhou demasiados raios UV; o MimoBaby, um body para bébés que monitoriza a sua posição, a temperatura da sua pele e os padrões respiratórios, recolhendo informação sobre os sinais vitais como nenhum outro equipamento dito tradicional.
Muitas das marcas bem conhecidas também marcaram presença, como a Nike, a FitBit ou a LG as quais trouxeram muitas novidades marcantes para este CES 2014, nas áreas da saúde e bem-estar, práticas desportivas, controlo de actividades domésticas e performance pessoal.
Mas o que me interessa realçar não é a mera inovação tecnológica a que se assiste. O que devemos ponderar é que estas novidades produzem e partilham informação entre si, criando as condições para vivermos num ecossistema conectado que vai alimentar uma verdadeira “internet of things” à nossa volta.
Este connected ecosystem tem um manancial de informação extremamente útil para as marcas, para o desenvolvimento dos seus produtos e para a concretização dos seus serviços.
Aquilo a que chamávamos até agora de “Always-on Marketing” está a dar lugar ao “Real Time Marketing”, as marcas não podem ficar presas na lógica de estarem disponíveis sempre que o seu cliente / consumidor pretende, deverão evoluir para uma dinâmica de recolha e de partilha permanente de informação sobre o consumidor mesmo que ele não actue proactivamente sobre um determinado equipamento.
Essa informação vai permitir conhecer melhor os seus hábitos, as suas práticas e as suas necessidades, de forma a criar experiências de consumo únicas, mais relevantes e eficientes.
Muitos consumidores estão hoje disponíveis para partilhar intencionalmente a sua informação em troca de algo com valor, que lhe facilite as suas interacções, melhore a sua qualidade de vida ou alimente o seu sentimento de segurança e comodidade.
Vamos decerto assistir a evolução natural nas práticas de marketing, nas quais a informação vai ser uma mais-valia para os consumidores, e um factor de diferenciação para as marcas, alterando de forma substantiva o modo como os consumidores se relacionam com essas marcas. Um exemplo de referência é a Nike com a sua FuelBand. A forma como esta inovação criou uma noção de benefícios funcionais, pessoais e colectivos na mente do consumidor, garantiu-lhe a ocupação de um território ligado à saúde e ao bem-estar onde se tornou líder.
Como alguém referia numa das sessões do CES – “Get Ready the Life Tracking era is about to begin”
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