Vivemos num permanente Shark Tank

19 de abril de 2016

Vivemos num permanente Shark Tank

Rogério Canhoto, Professor Convidado dos Mestrados Executivos do ISCTE e da Universidade Católica

Não, não estou a referir-me ao conhecido programa de televisão, onde potenciais investidores e empreendedores procuram novas oportunidades. Utilizo esta expressão como metáfora para o ambiente competitivo onde estamos presentes, resultante de uma dinâmica cada vez mais digital.

Senão vejamos: ao longo dos últimos anos as novidades digitais conduziram a alterações profundas dos comportamentos dos consumidores. Estas alterações assentam sobre três pilares fundamentais – o crescimento dos Medias Sociais – a democratização dos equipamentos Mobile e das APPs – e uma necessidade de imediatismo de consumidor que podemos apelidar de Real Time. Estes três pilares estão actualmente a colocar uma pressão imensa sobre as empresas instaladas… aquelas empresas que podemos chamar de incumbentes.

Resultante desta dinâmica, temos uma multiplicidade de empresas que nasceram e cresceram neste ambiente mais digital, que aproveitam oportunidades de mercado alavancando sobre as tecnologias digitais que os incumbentes não souberam ainda aproveitar, ou que estão demasiado confortáveis para aproveitar.

Estas empresas, apostam em modelos de negócio diferenciadores com foco na experiência do consumidor, na redução de custos, na partilha de bens não utilizados (carros, lugares de estacionamento, equipamentos domésticos), na infomediação, atraindo milhões de utilizadores e milhões de dólares junto dos principais fundos de investimento. Podemos chamar-lhes de Digital Disruptors. Eu prefiro chamar-lhes de Tubarões Brancos, com um faro extremamente apurado, ágeis, flexíveis e rápidos a atacar as oportunidades que se lhe oferecem.

uber_taxi

Neste contexto, os incumbentes estão a perder terreno diariamente e alguns a serem “devorados” pelo processo. Seja por inércia das suas estruturas, seja por falta de competências internas, seja ainda por medo de canibalizarem os seus negócios actuais.

A história recente demonstra que a estratégia dos incumbentes nestes territórios digitais não tem sido brilhante, como é o caso do Uber vs os Taxis. Ser um Follower é o que a maior parte das grandes (e históricas) empresas têm feito nos últimos anos… mas será que chega para ter uma vantagem competitiva neste novo contexto competitivo?

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelas
2 votos
Loading ... Loading ...

Comentários (0)

Escreva o seu nome e email ou faça login com o Facebook para comentar.