Na mesma medida que cada vez mais pessoas se deslocam para vários pontos do planeta, a experiência de voo é cada vez pior e o preço não para de subir.
Segundo a IATA (International Air Transport Association) 3.8 biliões de passageiros voaram em 2016, esperando dobrar esse numero até 2035.
Segundo os peritos do mercado de aviação, existem 4 factores principais que afectam o preço final ao consumidor:
- nível de concorrência;
- nível de procura;
- nível de oferta;
- preços do combustível de avião;
Existe também algum consenso que o primeiro e o ultimo factor são os que mais explicam as alterações de preços finais.
As companhias aéreas olham para os seus clientes com duas perspectivas:
- os clientes business, que são flexíveis no preço (custo corporate) mas são rígidos nas datas, sujeitas a compromissos profissionais, e marcam mais em cima da data da viagem;
- os clientes particulares de lazer, que buscam sempre o melhor preço, mas têm alguma flexibilidade nas datas, e tendem a marcar com maior antecedência;
Da combinação destes dois grupos de passageiros nasce o mix de rentabilidade para cada voo.
Óbvio que o mercado entende que o preço tenha que refletir a sazonalidade das datas de grande procura, verão, Natal, Thanksgiving, Ano Novo, Carnaval, enfim…
No entanto, o grande factor de elevação dos preços esta escondido no que tem acontecido nos últimos anos que é a fusão e parceria entre grandes Companhias Aéreas, diminuindo de forma substancial o nível de concorrência para mercados chave, o que tem como consequência direta o aumento exponencial dos preços praticados, bem como a diminuição do numero de rotas para mercados menos atrativos, resultando em penalizações absurdas para os passageiros.
Em paralelo, as Companhias iniciaram programas de otimização de margem com impacto no nível de serviço a bordo, cobrando quase pelo ar que se respira, diminuição das equipes de atendimento a bordo, redução das folgas das tripulações, redução das bagagens incluídas na passagem e cobrando por cada quilo adicional, reduzindo as milhas atribuídas por cada trecho voado em função da categoria de bilhete comprado, tratamento cada vez mais self-service para tudo, até no check-in. Só que estas medidas não se refletem nos preços das passagens, apenas nas margens das operadoras.
Como resultado a experiencia de voo é hoje bastante pior:
- pagamos mais por cada passagem;
- podemos levar menos bagagem;
- ganhamos menos milhas por cada trecho voado;
- temos um serviço miserável a bordo, muitas vezes tocando o ridículo;
- demoramos mais a chegar ao destino, pois as companhias fazem os voos a menor velocidade para poupar combustível;
- o serviço como um todo, desde atrasos, a perdas de bagagem, atendimento ineficiente e cada vez mais automático tem piorado de forma exponencial;
Precisamos urgentemente de uma revolução nos céus, de novos operadores mais agressivos, focados no consumidores, que obriguem a rever as praticas de mercado desleal e de acerto de preços entre os operadores e que de uma vez os consumidores virem Reis.
Precisamos do UBER e do AIRBNB dos céus urgente!!!!
“Of all the books in the world, the best stories are found between the pages of a passport.” – unknown.
Miguel Caeiro, Co-Founder e CEO do SKORR
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