Para surpresa de todos, a Newsweek volta a estar no palco da polémica!
Há um ano atrás, Tina Brown dava um “murro no estômago” a toda a indústria dos media (em especial ao sector do printing), assumindo frontalmente que, o modelo de negócio que os levou ao sucesso durante 80 anos estava ultrapassado, e não gerava o cash suficiente para sustentar a sua edição impressa pelo que, iriam ter apenas a versão digital – online-only.
Efectivamente, a grande maioria das edições impressas subsidia o preço de capa com a ajuda dos anunciantes. A lógica é clara, o produto vai para o mercado a um valor atractivo para ser adquirido pelo leitor, o anunciante subsidia o custo de produção com os seus investimentos publicitários, a revista consegue assim obter um maior número de leitores, o que, por sua vez, atrai mais investimentos publicitários realimentando a mecânica do negócio.
Mas, a diminuição de cerca de 80% das receitas publicitárias em apenas 7 anos, a migração de leitores dos suportes impressos para os suportes digitais, e os resultados negativos de cerca de 40M USD, obrigavam a esta manobra estratégica radical para assegurar a sobrevivência do título.
Tratava-se do reconhecimento público de uma realidade comum a toda a indústria, manifestada à data por um dos Big Players. Os que tinham dúvidas sobre o que fazer face às dificuldades que enfrentavam, tinham nesta difícil decisão de gestão, uma referência a seguir.
Passado um ano, depois de muitas alterações no mercado editorial, e decerto fruto da curva de aprendizagem que a Newsweek obteve ao longo destes 12 meses, surge agora uma nova intenção estratégica revelada hoje por Jim Impoco, director da revista. A revista vai voltar à versão impressa já no princípio de 2014.
Qual a lógica por detrás? Simples, um repensar de toda a cadeia de produção e distribuição (diferentes pontos de venda), uma tiragem (muito) mais reduzida e orientada apenas para aqueles que valorizam a versão impressa, um modelo de negócio assente na subscrição, um preço de capa mais alto que o anterior, e uma equipa de redacção diferente pensada numa cobertura global / internacional, a par da disponibilização de conteúdos em versão multiplataforma (print, mobile & web), numa perspectiva de Blended Marketing de ponta a ponta.
São muitas variáveis a “mexer” ao mesmo tempo, traduzido novamente num acto corajoso de gestão, mas como alguém dizia – radical times ask for radical decisions – e parece que a Newsweek segue este princípio à letra.
Uma coisa é certa, a história comprova que Darwin tinha razão! Não são os mais fortes, ou os de maior dimensão que sobrevivem às alterações do contexto, mas aqueles que mais rapidamente se conseguem adaptar… parece que estes senhores estão a aprender a lição.
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