Sei o que não quero escrever

29 de julho de 2016

Sei o que não quero escrever

João Baluarte, Managing Partner da Brand Finance Portugal, Espanha & Palop’s

Não quero escrever sobre o ódio! Não quero escrever sobre o sangue derramado na abertura de um telejornal. Não quero falar sobre o fanatismo! Quero viajar livremente para o país que escolhi. Quero que o meu estilo de vida não seja ameaçado. Quero que os meus valores da liberdade, igualdade e fraternidade, não se percam atrás de um camião que galga sobre uma multidão. Ou de uma faca que ceifa uma vida.

Não quero falar de falsidade! Não quero escrever sobre os laivos ditatoriais de um qualquer personagem, que usa declaradamente uma mentira para justificar a sua sede de ambição. Que quer projectar a sua imagem através de conquistas, de medalhas de laboratório. Não quero falar de falsos golpes de estado que fecham televisões ou redacções. Ou de eternas promessas, derrubadas por lixo numa baía ou canos rotos num apartamento. Não quero escrever sobre o discurso fácil e oportunista. Sim! Não quero falar sobre o Trump ou sobre o Brexit!

Quero falar de outras marcas!

Daquelas que se baseiam em percepções positivas e que influenciam comportamentos positivos. De promessas que expressam vontades! E não daquelas e daqueles que decidi não escrever. Quero escrever sobre a caça aos gambuzinos! Ou sobre as campanhas que apelam ao convívio e á amizade. Quero escrever sobre como as vitórias dos meus atletas podem ajudar a combater a inércia no meu país. Quero escrever que as nossas marcas cresceram com as suas conquistas e se projectam lá fora. Quero escrever sobre o calçado do meu país que já exporta mais do que produz. Quero que o meu Portugal Genial (obrigado Carlos e Paulo) não seja, mas também pareça! E que sejamos muito mais eficazes a comunicá-lo!

Sobre isto vale a pena escrever! E comunicar!

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