A imagem que o marketing tem junto de muitas pessoas – leia-se, não especialistas na área – é influenciada por estereótipos. Por exemplo, para quem não é da área, marketing e publicidade são frequentemente encaradas como a mesma coisa. Outra ideia feita é que o bom marketer é alguém que, tendo o dom da palavra, é capaz de, pelos seus dotes de comunicação, convencer os outros a ter determinadas atitudes e comportamentos. Que, em última instância, conduzirão à compra do produto que o dito marketer pretende vender.
Dito de um modo simples, para muita gente os marketers são aquilo que em linguagem popular se pode designar de uns “fala-barato”. O que, além de ser errado, é profundamente injusto.
Em primeiro lugar, porque vender é muito mais do que comunicar. De facto, a par da comunicação, há outras ferramentas do mix de marketing que condicionam tanto ou mais o sucesso de uma empresa: o produto, o preço, a distribuição, etc.
Mas há ainda um outro aspeto importante. Um bom marketer é, acima de tudo, um gestor de relações. E para se gerirem relações é preciso fundamentalmente capacidade para ouvir o cliente. Para ouvir quais são as suas necessidades, as suas aspirações, assim como as suas reclamações. É nessa capacidade para ouvir que se alicerça qualquer gestão de relacionamentos.
Por isso, se num processo de seleção para gestor de marketing me aparecessem um mudo e um surdo, eu, em igualdade de circunstâncias, escolhia o mudo.
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