Revolução é uma alteração ou mudança radical relativamente ao passado imediato. Uma revolução pode, segundo o seu conceito científico, ocorrer simultaneamente em distintos âmbitos, normalmente tipificados como: politico, social e económico.
As alterações revolucionárias têm consequências profundas, pois fundam-se numa rutura com o sistema vigente, originando normalmente uma mudança de paradigma. São um processo histórico de construção coletiva.
A inovação disruptiva que causou esta revolução foi, como sabemos, os sistemas de informação e as telecomunicações, que segundo os economistas e outros cientistas sociais que analisam os ciclos longos da economia e da história (cerca de 70 anos), iniciou-se em 1971 e, teoricamente estender-se-á até 2041, temos portanto cerca de 24/25 anos onde o paradigma da informação e telecomunicações será o vigente.
Fruto da utilização generalizada de alguns termos derivados da informática, começámos a descrever a evolução de acontecimentos ou fenómenos, como se de uma versão de um programa informático se tratasse, daí o 4.0.
Esta “versão 4.0” foi criada na área da Economia, mais propriamente na área industrial com a designada 4ª Revolução Industrial, e no marketing com o Marketing 4.0. Dentro deste paradigma temos assistido a muita inovação que tem originado um fantástico desenvolvimento de negócios, produto, serviços e marcas. Penso que este ciclo começa agora a amadurecer uma vez que a sua aplicação tecnológica se encontra estendida a praticamente todas as dimensões da vida. Um dado que apoia esta minha afirmação o de que 8 das 10 marcas mais valiosas do mundo são deste sector, segundo o estudo da Brand Finance, o que obviamente não acontecia nos anos 70, onde havíamos saído do ciclo dos transportes .
Do ponto de vista Social, é evidente o revolucionário impacto desta inovação na comunicação e relacionamento entre pessoas. A serie inglesa Black Mirror ficciona quais os impactos futuros que este paradigma pode ainda vir a ter.
Do ponto de vista Político a esfera pública vê os poderes e capacidades de intervenção alterados (os media perdem relevância e os cidadãos ganham com o surgimento das redes sociais) e os políticos veem assim a sua atuação mais escrutinada.
Temos pois a missão de continuar a construir coletivamente esta sociedade onde vivemos, para que o futuro seja melhor. Não podemos, contudo, esquecer os aspetos da sua sustentabilidade.
Transformando a frase de Edgar Morin “Ciência com Consciência”, diria que precisamos de “Vivência com Consciência”.
António Jorge, Consultor, Executivo e Docente Universitário
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