Reflexões sobre a imagem-conceito da marca
“Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas, como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo (…)”
- Como uma onda no mar de Lulu Santos e Nelson Motta -
A música “Como uma onda no mar”, de Lulu Santos e Nelson Motta, sucesso no Brasil na década de 80, do século passado, é uma excelente metáfora para refletirmos sobre a imagem-conceito de uma marca. De acordo com Baldissera,
A imagem-conceito não é uma questão de verdade ou de coerência. Nem o é de transparência ou de ética. Tampouco se reduz à comunicação. Antes, transcendendo a essas questões isoladas, constrói-se na/sobre a significação que resulta da complexidade relacional entre as entidades (materiais, fantasiosas, virtuais e/ou oníricas) e suas alteridades (sujeitos/públicos). Dessa relação dialética/dialógico-recursiva, irrompe em associações, expurgos, transformações, transposições e tudo mais o que a competência semiósica do sujeito/público permitir e puder realizar (BALDISSERA, 2004, p. 283 apud 2007, online).
O termo imagem, por si só, é polissémico, pois adquire os mais variados sentidos de acordo com o contexto no qual está inserido. A imagem de marca, por exemplo, refere-se à imagem mental que o público faz da mesma, mas também poderia ser a imagem pictórica da marca, sua representação gráfica, sua identidade visual. Sendo assim, o termo imagem-conceito é mais “acertivo” quanto ao que se trata, porém não menos complexo.
Em se texto “Significação e comunicação na construção da imagem-conceito”, Baldissera (2008, p. 01) define a comunicação como “um processo de construção e disputa de sentido” entre, no mínimo, dois seres do sistema social: o eu e o outro. A significação, portanto, “é influenciada e orientada por vários elementos-força, tais como o contexto, a psique, a cultura, o imaginário, a história, o fisiológico e as competências “. Sendo assim, conforme o autor, “Novas informações e experiências (de quaisquer naturezas) permitem ao sujeito reconhecer nos mesmos signos novas porções de significação e conferir a signos diferentes a mesma significação, ampliando ou restringindo, organizando ou desorganizando e construindo ou desconstruindo a significação atribuída”.
As estratégias comunicacionais de uma marca visam construir uma imagem-conceito positiva, contudo, não só elas são responsáveis por isso, pois todos os atos sociais da marca, que constituem o seu discurso multimodal, bem como os complexos mundos (internos e externos) dos públicos constroem-reconstroem-destroem-transformam a imagem-conceito da marca.
Algumas marcas – não por sorte, mas por competência – conseguem alta performance, que vai além de sua reputação positiva, e conquistam fãs, comunidade de marca.
Observando os inúmeros casos de fracassos e sucessos, verificamos que o pensamento estratégico, aliado ao conhecimento e à competência, é fundamental para a marca. As constantes pesquisas sobre o que pensam os públicos ajudam a administrar a imagem-conceito, um dos maiores desafios dos gestores, posto que a mesma está em constante transformação, como uma onda no mar!
Como sugestões, ouça a música e leia os textos indicados na sequência. Certamente eles provocarão a reflexão necessária para o ano que se aproxima. Boas festas e desfrutem o 2016.
Sugestões:
BALDISSERA, Rudimar. “Comunicação, identificações e imagem-conceito” disponível em http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/94256908453124198706565740214041525568.pdf
BALDISSERA, Rudimar. “Significação e comunicação na construção da imagem-conceito”, disponível em http://revistas.unisinos.br/index.php/fronteiras/article/view/5397/2646
Como uma onda no mar - https://m.youtube.com/watch?v=1mSFe5WzDec
Obs.: a palavra “acertivo” não existe no português, mas aqui neste texto (e entre aspas) é usada como provocação fonética X escrita. A mesma poderia ser substituída por “com mais chances de acerto”.
Gostei da analogia da música ao conceito explicado. Contudo, poderiam ter tido mais cuidado ao copiar a letra da música… “Tudo que se vê não é / Igual ao que a gente viu a um segundo” – O “a” deveria ser escrito com “h”, pois foi “há” um segundo atrás… Este comentário não necessita ficar público, serve apenas para chamar a atenção. Gosto do vosso site, das vossas notícias, mas é triste que o jornalismo ainda tenha e cometa erros desta natureza. É com o jornalismo que muitas das crianças hoje em dia aprendem. Cumprimentos. Um Feliz Natal e excelente entradas para toda a equipa em 2016.
Após ler e reler este texto fico com muitas dúvidas sobre se estou a ler um texto português, um texto brasileiro, ou uma adaptação bastante mal conseguida. Eu não tenho absolutamente nada contra o dito “português do Brasil”, mas todos sabemos que existem regras diferentes para as duas grafias… e ler coisas como “polissêmico” no 3º parágrafo ou “vai além de sua reputação positiva” no último parágrafo custa um bocadinho. Para não falar de casos como “Em se texto” e “todos os ato sociais da marca” no 4º e 5º parágrafo, respetivamente. Fico verdadeiramente triste ao ler um texto assim. Fico sem perceber se foi uma tremenda falta de atenção e despreocupação por parte do responsável do texto ou se é “apenas mais alguém” que não sabe escrever o nosso português, como, infelizmente, cada vez mais hoje é mais comum.
Olá Mariana,
obrigada pelas observações e você tem toda a razão em fazê-las. Peço desculpas, mas foi uma questão técnica: poucas horas antes de enviar o texto, meu mac apagou (recuperando-o somente hoje) e o processo teve que ser feito por iphone. Como as telas são muito diferentes no tamanho, não percebi que enviava justamente o arquivo não finalizado. O português é do Brasil, mas em geral é adaptado ao português de Portugal, creio que devido ao período de final de ano e o acúmulo de tarefas, isso não foi possível. Vou solicitar a troca do texto.
Um grande abraço e ótimo 2016 que se aproxima.
Elizete
… também faltou no final do texto:
Obs.: a palavra “acertivo” não existe no português, mas aqui neste texto (e entre aspas) é usada como provocação fonética X escrita. A mesma poderia ser substituída por “com mais chances de acerto”.
Sem essa observação, não se justifica o uso da palavra. O objetivo era mostrar a complexidade da comunicação, não só imagética como também verbal (sons e representações).
Já encaminhei aos responsáveis o arquivo correto e solicitei a substituição do texto. Creio que em breve teremos o texto oficial.
Abraços.