O início de um novo ano é sempre uma boa altura para refletir um pouco sobre o futuro próximo. O que se estima, as transformações em curso, as oportunidades e os riscos. Acima de tudo, com o que podemos contar e como podemos tirar o melhor partido da conjuntura que se avizinha.
Estima-se que 2016 seja um ano de crescimento sustentado no nosso mercado (ciclo iniciado em 2014) depois de um ciclo de grande queda e de destruição de valor. E isso são boas notícias!
O crescimento poderá rondar os 3% a 5% refletindo a evolução do nosso PIB, do crescimento da procura e do consumo interno e da manutenção de evolução positiva dos índices de confiança de famílias e empresas.
A tendência constatada nos últimos anos também se irá manter, com a PAY TV e principalmente o DIGITAL (em particular o formato Vídeo) a ganharem quota e relevância no nosso mercado. Apenas uma nota, para o caso do Digital que, visto como um todo, é já o segundo meio depois da TV FTA. Com este movimento, é também natural que a TV FTA perca alguma quota pois é a que está mais exposta ao crescimento Digital e da PAY TV. Já para a Rádio e para o Exterior será expetável que ambos possam ir mantendo a sua quota natural e que a Imprensa continue a enfrentar o desafio de se reinventar, de modo a conseguir travar a perda de relevância, tarefa que não se afigura fácil (os acontecimentos no final de 2015 em alguns publishers importantes do nosso mercado indiciam isso mesmo).
Também para este ano esperam-se novidades no sistema de medição de audiências de TV e que podem contribuir para uma melhor credibilização do meio TV e de afirmação do IAB como uma entidade que pode ter uma relevante contribuição para a evolução e credibilização do Digital (medições, métricas, KPIs, princípios, conhecimento, transparência, segurança, etc.).
Vivemos um tempo de profunda e rápida mudança e, se por um lado é aliciante poder viver este tempo, por outro é também um tempo de grande exigência, rigor, visão e acima de tudo de capacidade de perceber as mudanças, de antecipar as necessidades e, acima de tudo, ter a capacidade e vontade de arriscar na procura de novos modelos e soluções.
As oportunidades estão aí e têm muito a ver com a revolução tecnológica, com os impactos inerentes a essa revolução e com as mudanças nos modelos de negócio, nas estruturas e organização, nas competências e recursos necessários (financeiros e humanos) e nos serviços e produtos da nossa indústria e do valor que acrescentam. No entanto, onde existem oportunidades, existem também riscos. Os maiores prendem-se com fatores exógenos e externos, os quais não controlamos mas que podem impactar de forma significativa a nossa economia e o nosso mercado (evolução das economias emergentes, crise dos refugiados, guerra do medio Oriente, etc). Mas esses fatores externos também têm o reverso da medalha, já que podem também eles ser positivos para uma economia como a nossa (Petróleo e juros baixos, desvalorização do euro vs. dólar, etc.).
Em suma, e como a atitude a tomar face a tudo isto, sugiro que todos nos concentremos nas oportunidades e no diálogo entre todos os agentes do nosso mercado, por forma a potenciar as mesmas, porque se assim for estarão reunidas as condições para superar e ultrapassar os riscos e podermos acabar 2016 como um ano muito positivo para o nosso mercado.
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