Desde 1971, a faixa etária com mais de 80 anos, hoje denominada QUARTA IDADE, quadruplicou de dimensão. O número de pessoas a passar a barreira dos 100 anos não para de crescer. Excelentes noticias mas que trazem enormes desafios.
A evolução da medicina tem proporcionado uma crescente esperança média de vida, que hoje já ultrapassa os 80 anos, e veio alterar uma série de padrões de comportamento e de formas de viver em sociedade.
A Terceira idade, (65-80) é hoje a fase do “Idoso Jovem”, a fase dourada da vida em que, salvo exceções relacionadas com saúde, é a fase de maior conforto e bem estar emocional e pessoal. São os anos de disfrutar dos netos, ainda de muitos amigos, do maior tempo livre, provavelmente de menores custos, logo maior disponibilidade financeira.
A Quarta Idade (+80) vem associada à chegada de desafios mais sérios, com o agravar de algumas doenças, a perda crescente de familiares e amigos próximos, a inevitável debilidade física e principalmente a ameaça de perda do potencial cognitivo, fenómeno que acontece a velocidades imprevisíveis. É na Quarta Idade que as mudanças ocorrem de forma mais inesperadas, rápidas e mais drásticas, obrigando muitas vezes a alterações radicais de hábitos, comportamentos e formas de vida.
Por viver fora de Portugal, e desde logo, longe da vida quotidiana, e adquiri nas visitas espaçadas nestes 5 anos algumas rotinas de emigrante. Faço roteiros da saudade, visito alguns templos da gastronomia e procuro saborear a beleza e recantos de Lisboa.
Nestes passeios tenho observado como nota de destaque um forte envelhecimento da população, patente quer na população ativa, quer nos reformados.
Quando somos obrigados a frequentar um Hospital esta realidade é amplificada para uma realidade de esmagadora maioria de cidadãos seniores, agravado pelo facto que em que muitos casos infelizmente são literalmente abandonados.
O sector da economia que serve, sob as mais diversas formas este segmento da população será sem dúvida um pilar forte da economia, quer para os cidadãos Portugueses, quer para os inúmeros reformados estrangeiros que cada vez mais escolhem o nosso Pais para passar os seus tempos de velhice.
Estas empresas vão desde a prestação de serviços de acompanhamento, enfermagem, terapias diversas, aluguer e venda de equipamentos especializados, bem como a adaptação das residências, além obviamente de residências assistidas e centros de acolhimento.
No entanto, fico sempre com a sensação que pouco se está a fazer nesta área e que ainda existem barreiras e fragilidades para atender este segmento.
“I’m not afraid of turning 80 and I have lots of things to do. I don’t have time for dying.”
Ingvar Kamprad.
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