Os conteúdos do Snapchat são efémeros e isso significa que não temos de ser perfeitos. Não existe botão de gosto, não há número de seguidores, não estão disponíveis hashtags e (quase) não há filtros. Não estamos a competir com ninguém.
O Snapchat é a terceira rede social mais utilizada a nível mundial. Mas o que existirá de tão fascinante numa rede social em que a grande maioria das mensagens duram, no máximo, 10 segundos? O que tornará esta rede – que, por norma, não permite guardar mensagens para um dia mais tarde recordar – tão especial? Precisamente isso. Ao contrário do Facebook e do Instagram – que ocupam os primeiros lugares do pódio nas preferências dos utilizadores de redes sociais –, os conteúdos do Snapchat são efémeros e isso significa que não temos de ser perfeitos. Não existe botão de gosto, não há número de seguidores, não estão disponíveis hashtags e (quase) não há filtros. Não estamos a competir com ninguém.
Mas quem serão os 100 milhões de utilizadores diários que, em 2015, fizeram com que esta rede social roubasse o terceiro lugar do pódio ao Twitter, tornando-a tão apetecível ao ponto de levar Mark Zuckerberg a querer integrar a rede no Facebook? Maioritariamente adolescentes e millennials que estão mais preocupados em ser autênticos e genuínos do que em imortalizar o seu dia-a-dia para mais tarde recordar.
O que torna o Snapchat uma plataforma de marketing de conteúdo única é que os utilizadores têm de seguir uma marca para ver as suas imagens e vídeos, o que ajuda a garantir que o seu conteúdo atinge o público certo e não pessoas que acabam por ser influenciadas pelos que os outros fazem, como acontece no Facebook. Isto é especialmente bom porque a audiência conquistada é, de facto, a audiência real.
E, se em Portugal a moda do Snapchat e dos streams começa lentamente a entrar em casa das celebridades, no dia-a-dia das bloggers, nas redações e nos departamentos de marketing, lá fora esta rede social já faz parte da rotina. Aliás, o vídeo é uma tendência em crescimento. Estima-se que, em 2019, cerca de 80 por cento do tempo dos utilizadores será ocupado com a visualização de vídeos.
Desde que o Twitter lançou, em março deste ano, a app de livestream Periscope que, em apenas 10 dias, conseguiu um milhão de novos utilizadores, uma série de marcas surgiram como early adopters pois sabem que ao usar vídeos em realtime conseguem criar uma relação mais pessoal com os consumidores dando-lhes acesso, em tempo real, a momentos únicos e exclusivos.
É interessante verificar ainda que, com o passar dos anos, a exigência de produção de conteúdo é cada vez maior, mas que o tipo de produção consegue ser cada vez mais homemade e mais real. As marcas que continuam a usar os mesmos materiais para televisão e para a social media estão, por isso, a dar um tiro no pé, pois não estão a criar qualquer engagement com o público digital que quer, mais do que nunca, ver conteúdos reais, realtime e real made.
O Snapchat, assim como o Periscope, dá a oportunidade às empresas de mostrar os seus verdadeiros valores e missão, bem como os produtos e serviços de uma forma genuína. E as pessoas querem, mais do que nunca, a verdade. Já vão longe os tempos em que os consumidores se deixavam
enganar pelo pincel de perfeição com que a comunicação tradicional continua a “pintar” o consumo.
O que acontece em realtime não “passa”. Dura muito mais do que parece.
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