1999… e 2000 já lá vai! Custa a acreditar e já nem ligamos muito a isso mas é verdade. Virámos há 8 anos para um novo milénio e tivemos o privilégio único e raro de assistir à mudança dos 4 números que classificam uma data! É obra!
Estamos cá, o mundo não acabou e com tranquilidade lá vamos todos caminhando “com a cabeça entre as orelhas”. Não sabemos é para onde, mas isso agora também não interessa nada.
O que interessa é que, cada vez mais as novas tecnologias, o do it yourself e o self-service, alastram e ganham protagonismo no nosso modus operandum, que vai ficando mais preguiçoso, acomodado e agarrado à cadeira e ao sofá.
O trend Simplex, não só nas empresas mas também na chamada vida normal, vai-se instalando. A proliferação e o recurso ao e-mail, por vezes abusivo e castrador do diálogo e da conversa face to face é mais um sinal, no qual constatamos a tendência da simplificação/acomodação de uma certa maneira de estar. O e-mail vai ganhando um estilo próprio de redacção, mais directo, simples e abreviado, e porque não dizê-lo também Criativo.
Não “disparo” muitos mas confesso que não perco oportunidades para o fazer, até porque gosto de soltar a escrita e dar aos e-mails títulos mais ou menos criativos. Já trabalhei com clientes nos longínquos anos 90 que como alguém dizia, “estavam colados ao fax” a bombardear a agência!
E já trabalhei directamente com pessoas aditas do e-mail e verdadeiros pianistas! É mais forte do que elas! A pessoa pode estar ali ao lado em open space, mas a atracção do teclado é irresistível.
ACÇÃO! Dá vontade de citar algo que se dizia há uns anos: “Não telefone, vá!”
MEXA-SE, LEVANTE-O DA CADEIRA! FALE! COMUNIQUE! DISCUTA! APRESENTE!
Este statement, em meu entender, devia ser afixado em muitas empresas, particularmente as ditas de Comunicação.
Acredito que este é um dos perigos das novas tecnologias, que convém contrariar. O sedentarismo das sociedades modernas está muito “linkado”ao aparecimento das novas tecnologias, que naturalmente são bem-vindas pelo contributo fantástico que trouxeram aos habitantes do planeta.
O telemóvel hoje, é como se fizesse parte do corpo humano. Órgão vital, dentro e fora das empresas, é mais um exemplo flagrante duma simplificação de linguagem, oral e escrita, cada vez mais abreviada, codificada e por que não dizê-lo, também Criativa.Os seus autores são jovens e mostram que a língua não é matéria inerte.
Nas nossas casas, vimos os filhos conectados ao PC, a partilharem com a comunidade que não param de alargar, as mensagens, musicas, vídeos, fotos, etc… e vimos que nas chamadas séries de culto da TV, como o CSI- Crime Scene Investigation, as abreviaturas estão bem presente:
COD, Cause of Death
VIC, Victim
LAB, Laboratory
Etc…
E porque praticamos arduamente o esforço mínimo, disputamos o comando. E não tenhamos dúvidas, as abreviaturas e siglas, mais ou menos originais vão continuar a surgir e a contaminar o nosso quotidiano.
Exemplos:
MBA – Master Of Bussiness Administration ou… Married but available
ROI – Return of Investment
TEAM – “Together Everyone Achieve More”
EBIDTA – Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization
DINK – Double Income With No Kids
E as MARCAS?
Elas sabem que é nesta Realidade, (que de Virtual não tem nada), facilitista e simplista que se têm que impor. Não é para todas, mas as que se destacam e diferenciam sabem que a capacidade de abreviar reforça a sua proximidade e a sua química com os adeptos. É como se tratassem o consumidor “tu cá tu lá” e isso vale ouro!
Exemplos:
CK
BUD
MTV
MNG
RBK
TBL
ETC… (abreviatura de etcetera)
Isto para não falar no exemplo mais gritante da Nike.
Aqui entre nós neste mercado periférico que dá cartas nas novas tecnologias, nasceram 2 grandes Marcas e com enorme potencial: MEO e ZON! Estão atentas, conhecem o target e sabem que na tecnologia quanto mais simples for o naming, melhor.
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