Nestes últimos meses, com a aproximação do euro 2008, assistimos ao desenvolvimento de campanhas publicitárias cujo tema principal se fixa no âmbito do futebol, mais concretamente no apoio à selecção portuguesa. Até aqui nada de novo, aliás este cenário em tudo parecido com o outro de há quatro anos atrás não nos surpreende, pese embora não sejamos o pais anfitrião, a questão da nacionalidade afinal não nos é indiferente e os publicitários sabem isto muito bem…De resto, sendo o futebol uma temática sensível à opinião pública portuguesa, serve na perfeição os interesses das marcas que a ele se associam quer pela sua popularidade enquanto desporto, quer ainda e sobretudo pelo espectáculo envolvente que proporciona.

A festa e a alegria que se geram no campo quando o jogo é bem jogado e fora dele quando as emoções oscilam simplesmente entre sorrisos e lágrimas, são absorvidas integralmente pelo discurso publicitário e os anúncios vão celebrando assim com as cores nacionais esses mesmos sentimentos que se misturam aqui e ali com os próprios produtos.

Não nos restam muitas alternativas ou participamos imbuídos deste espírito ou fechamos os olhos, mas não somos indiferentes ao brilho, ao som e à cor que a publicidade tem, mas que por esta altura é ainda mais capaz de reforçar e sublinhar, como se isso fosse possível! 

Apetece gritar com as marcas um: “Viva Portugal!”, capaz de ser ouvido pela nossa equipa, capaz de transmitir a força e o ânimo para continuar, para ganhar. E é este grito de vitória que a publicidade nos vai veladamente pedindo, que nos vai secretamente segredando, que adquirindo esta ou aquela marca também sejamos campeões das nossas vidas e já agora porque de publicidade se trata, que abracemos as marcas anunciadas neste abraço colectivo, neste abraço nacional.

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