Na crónica anterior escrevia sobre a importância de uma Marca ser trabalhada com consistência ao longo do tempo.
Esta necessidade é particularmente relevante quando está em causa a imagem de um País. Vem esta reflexão a propósito da campanha em curso que procura projectar a imagem de Portugal como um País moderno, evoluído tecnologicamente, recorrendo a imagens azuladas e estilizadas de heróis nacionais como José Mourinho, Cristiano Ronaldo ou João Vasconcelos. Pode-se começar por questionar a escolha das figuras, algumas delas praticamente desconhecidas pelas grandes massas tanto lá fora como cá dentro (não estou a referir-me, obviamente, aos heróis do mundo do futebol!).
A minha principal dúvida prende-se, no entanto, com a coerência desta campanha, quando comparada com outras realizadas anteriormente. É difícil ligar o investimento actual com aqueles que o precederam, tanto ao nível do cromatismo escolhido (o azul substitui agora as cores encarnada e verde tradicionalmente escolhidas), como ao nível das mensagens que se procuram exteriorizar (que tem a ver a “West coast” e o “Allgarve” com o Portugal da história e monumentos grandiosos, mote importante das mensagens antecedentes?).
A eficácia das campanhas que procuram promover Portugal como destino turístico dificilmente sobrevive à volatilidade de esforços que navegam ao sabor de campanhas efémeras que variam substancialmente em função das alterações do poder político. Um ponto a merecer a reflexão profunda dos responsáveis caso se pretenda construir uma imagem atractiva e durável que imponha Portugal como destino de excelência nos mercados exteriores.
Comentários (0)