Curiosa a tendência cada vez mais abrangente do marketing. Nas suas origens, o “então marketing” não passava de um conjunto de técnicas promocionais e de venda.
Mais tarde, o seu campo de actuação, as suas técnicas e instrumentos de actuação, o seu desenvolvimento teórico, foram-se alargando incorporando o que poderá hoje ser chamado uma nova ciência global da gestão. Tal deveu-se à alteração das condições de mercado, ao aparecimento das novas tecnologias, às alterações de comportamento dos consumidores. mas também a dois, de entre outros, factores importantes: a maior consciencialização das organizações perante os fenómenos eco-ambientais e a compreensão que “o consumidor” não existe, existem sim pessoas que se comportam e se relacionam com a sociedade, sob múltiplos aspectos, sendo uma dessas valências, “a de consumidor”.
Não se deve isolar “um dado comportamento dos consumidores” de todo o seu comportamento integrado “enquanto seres humanos”, pelo que se trata de uma simplificação excessiva aquela perspectiva, isolada de tudo o resta que determina o seu comportamento e actuação.
O que hoje influencia o acto de consumo é um conjunto alargado de impactos e impulsos que atingem o ser humano na sua perspectiva mais íntima e global.
Não é por acaso que a ciência responde desenvolvendo técnicas de neuromarketing; que as marcas tentam construir em torno de si, verdadeiros movimentos de culto, através de “tribos de crentes”.
O profissional de marketing tem, em consequência, de se adaptar à nova realidade, criando-se uma maior pressão para uma sua visão holística: ter uma visão horizontal da organização e capacidade de intervenção nela, tentar perceber o ser humano no seu todo e os seus verdadeiros mecanismos de decisão, o mundo onde vive e sua interacção com ele. Enfim, exigir-se-á que assuma certamente um papel de técnico na sua área de competência, mas também a de psicólogo, humanista, sociólogo ou antropólogo.
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