10 de abril de 2008

Opiniões que Marcam

Vejo com agradável surpresa que muitas das campanhas publicitárias que hoje em dia se desenvolvem procuram de alguma forma fugir da tradicional linguagem dos estereótipos. Obviamente que esta continua a ser predominante no domínio da publicidade moderna, sendo comum e facilmente tipificável o ideal de beleza, a masculinidade, a feminilidade, o prestigio social e profissional, o factor económico, bem como todos aqueles temas que colados aos produtos acabam por “vender” talvez melhor que os próprios, como o caso do futebol, do sexo ou ainda das campanhas mais recentes cuja tónica é o humor, até aqui, nada contra!


 


De resto, dentro do bom gosto e do bom senso, os publicitários conseguem muitas vezes criar e inovar precisamente naquelas fórmulas que pareciam mais esgotadas, naqueles produtos onde parecia tudo já ter sido dito…


 


Porém, não posso deixar de mencionar que aprecio de alguma forma anúncios que nas histórias que contam, estreitam a relação entre o ideal e o real isto é, anúncios que utilizam pessoas mais comuns, menos perfeitas, cenários mais quotidianos, episódios diários onde as pequenas contrariedades surgem, tal e qual como nas nossas vidas. 


 


Já vão havendo algumas campanhas que aqui e ali, nos mostram corpos com formas mais arredondadas, crianças e bebés de diferentes raças e até cenários menos paradisíacos, reflectindo aquilo que é o Portugal de hoje, bonito como sempre mas mais diversificado, mais multicultural.


 


A distância entre aquilo que queremos ser ou ter e aquilo que verdadeiramente somos e temos pode estar, como nos diz a publicidade, na aquisição de um produto ou serviço e por esta razão agrada-me pensar que apesar de tudo somos todos tão iguais ou talvez nem por isso. 

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