4 de abril de 2008

Opiniões que Marcam

 


Esta semana vale a pena partilhar algumas odisseias das últimas gravações mas, para ser sincera, nem sei por onde hei-de começar. Não que as ideias se tenham “varrido” – que até podiam (e já vai perceber porquê) – mas sim porque é difícil encontrar um ponto de partida para tamanha aventura. Vamos por partes.


 


Local de gravações: Funchal. A capital da Madeira foi o local escolhido para o Imagens de Marca Regiões deste mês. A cidade que este ano comemora os 500 anos de existência, e que confesso adorar, recebeu-nos, como sempre, de braços abertos e com um sorriso acolhedor. Já fui dezenas de vezes à Madeira e sempre foi desta forma simpática que fui recebida. Por isso era um prazer lá voltar. E foi!! O problema, o único pequeno que se tornou na verdade um grande problema, foi o tempo! Esse mesmo, o que carrega o céu de nuvens, o que manda vir a chuva, o que também traz o vento… O vento… Só de escrever a palavra quase me volto a arrepiar! Gravar na Madeira, desta vez, foi uma experiência que gostava de não voltar a repetir. Nem ali nem em qualquer outro lugar. Eis parte da história:


 


A manhã de dia 1 de Abril amanheceu encoberta. As nuvens que no dia anterior não se viam em parte alguma do céu lá estavam a carregá-lo de tons cinzentos e com ar ameaçador. Uma ameaça que não passou disso mesmo já que ao longo do dia nem um pingo caiu do céu no Funchal. E então, deve o leitor estar a perguntar, qual é a história? A história tem a ver com o vento. Somente. Um vento, que mais parecia ciclónico, que arrastava cadeiras no jardim do hotel Reid´s (onde estávamos a gravar a emissão), que derrubava os copos de pé-alto, em vidro, das mesas postas em alguns recantos num gesto convidativo para um almoço romântico a olhar para o mar, que dobrava as árvores gigantes do jardim como se as fosse partir aos pedaços, um vento que assustava de tanto barulho que fazia e impedia alguém que fosse de pôr o nariz fora da varanda… O vento foi o nosso inimigo das gravações desta semana. Para ter uma ideia o que costumamos gravar em 2 horas, demorou 5!! O que fazemos sem stress e com muito prazer desta vez quase acabou com toda a equipa de “pernas para o ar”. Foi absolutamente desgastante! Mas mais do que isso, como disse a nossa produtora quando viu as imagens na máquina: “foi um milagre”.


Agora, olhando para trás, também eu acho o mesmo. O efeito que você vê na tv mais parece croma (efeito especial que coloca o apresentador num cenário fictício parecendo real), com o background “virado do avesso” e o meu cabelo sem mexer uma ponta! Mas nem sempre foi assim. Temos pena de não ter mais imagens para partilhar consigo. Imagens que deixassem perceber como foi uma aventura aquela gravação. Mas naquele momento a nossa preocupação era garantir a emissão, segurar a câmara para também ela não voar com o vento e encontrar locais abrigados para conseguir gravar. Não se via viv´alma nos jardins do hotel. Só mesmo nós teimávamos em andar de câmara para cima e para baixo, carregados com baterias, tripés, caixas de luzes, reflectores e mais uma quantidade de coisas próprias da produção. Quem sabe não foi por isso que não levantámos voo!


 


Não foi fácil mas conseguimos. E por isso, hoje, queremos partilhar consigo alguns momentos que não vai ver na SIC Notícias a partir de amanhã. O vídeo deixa uma ideia de alguns dos momentos mais divertidos. Os mais tensos, os que mais nos assustaram infelizmente não estão aqui. Um deles foi a nossa maquilhadora, que sempre dá uma mãozinha a segurar o reflector num gesto de polivalência que tanto jeito nos dá, a quase levantar voo com o vento quando me protegia da luz forte do sol durante a gravação de um pivot. O problema é que, para lá do muro onde eu estava sentada e ela em pé, agarrada por uma presilha das calças pela produtora, estava uma ravina com mais de 200m de altura, com pedra e mar em baixo…


 


Felizmente todos aqueles momentos trouxeram sorrisos e são alguns desses que partilhamos consigo num vídeo que, lhe garanto, ser verdadeiro. Sim porque uma história como a que nós vivemos, contada no dia das mentiras, mais parece partidinha de miúdos… Enfim. Conseguimos! E a prova está no ecrã da SIC Notícias.


 


Para terminar quero apenas dizer que não foi o vento que diminuiu o meu prazer de estar no Funchal. Uma cidade que, quem sabe um dia, me vai receber como habitante. Nunca se sabe… só tenho de garantir algum peso na minha velhice para não voar com o vento…não vá ele teimar em vingar-se desta história!

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