3 de abril de 2008

Opiniões que Marcam

Na sala onde fazemos o check-in, no Reids Palace, está afixado um cartaz da época em que as visitas à Madeira se faziam de barco. A promessa de uns “happy sunny days” era vendida, na altura, com o centenário Reids em grande destaque.


 


Os Invernos amenos espalharam pelos países do norte da Europa a fama das virtudes terapêuticas da ilha, a mesma fama que trouxe até ao porto do Funchal o escocês William Reid. “Era um jovem muito empreendedor que chegou à Madeira com apenas 5 libras no bolso. Apercebeu-se de que muitos súbditos ingleses vinham por largos períodos e de que não havia hotéis, trabalhou como agente de aluguer de quintas a turistas mas sonhou sempre em ter um hotel feito de raiz”, recorda Isabel de Portugal, relações públicas do Reids Palace Hotel.


 


No promontório rochoso onde, segundo muitos, se tem uma das vistas mais deslumbrantes do mar e do porto da cidade, William Reid criou uma marca que se tornou num clássico da hotelaria de luxo do Funchal. Sir George Somers Clarke, o arquitecto do famoso Hotel Shepheard no Cairo, desenhou “um hotel de classe, na altura com 28 quartos, uma sala para fazer fotografia e uma de refeições, que proporcionava aos hóspedes todos os serviços. Era uma espécie de segunda casa e isso mantém-se, ainda hoje, quando os hóspedes regressam, pedem o mesmo quarto”, assegura Isabel de Portugal.


 


O que já não pedem é o célebre caldo de carne, servido a meio da manhã, para a recuperação dos enfermos, mas há tradições que o hotel faz questão de manter, até porque, segundo a responsável, os próprios turistas procuram essa experiência de marca. “Mantemos o chá da tarde, servido à inglesa das 15h00 às 17h30 com scones e sandwich, inclusive de pepino, com bolos e diferentes variedades de chás. Aos sábados temos as lições de dança porque muitos dos hóspedes gostam de recordar como dançavam as valsas, as rumbas quando eram mais jovens, e fazem-no no jantar dançante com orquestra”.


 


A meio da entrevista é incontornável falar de Winston Churchill. Incontornável porque estamos à conversa na suite onde ficou hospedado e que hoje recebe o seu nome, mas também por a personalidade carismática do antigo primeiro-ministro inglês ter marcado definitivamente a história do Reids. “Como é uma pessoa muito carismática, daqui a 100 anos ainda fará parte do nosso mundo, e claro que, o facto de ter ficado hospedado no Reids reforça o nome do Hotel. Hoje em dia ainda há uma ligação à sua família”, acrescenta.



Churchill é apenas um dos muitos nomes com que nos cruzamos no Livro de Honra. Da realeza europeia, como Stéphanie do Mónaco ou a Rainha Silvia da Suécia, a nomes como Gago Coutinho, Marconi, Bette Midler e Diana Krall. Comum a todos é a procura pelos ideais que o Reids representa “descanso, bons ares, boa comida, a pacatez do sítio, a privacidade” reforça a relações públicas. Ideais que continuam presentes na marca mesmo depois de ter sido adquirida pelo conceituado grupo Orient-Express Hotels, em 1996.


 


Na hora de fazer as malas, depois de três dias de reportagens no Funchal, recordo as palavras de Isabel de Portugal:” faz parte da personalidade dos madeirenses, saber servir sem ser servil”. A simpatia dos funchalenses e a arte de bem receber é uma marca a trazer na bagagem.


 


 


 


 


A beleza exuberante dos jardins do Reids Palace é uma das imagens de marca do Hotel.

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