(*) Professor de Marketing da Faculdade de Economia do Porto
Muito se tem escrito sobre a necessidade das empresas criarem marcas fortes. Para isso exige-se que os marketeers possuam competências a três níveis:
- Acção
- Interacção
- Relação
Acção
A notoriedade de uma marca reflecte o nível de conhecimento que os clientes dela possuem. Podendo ser encarada como um pré-requisito do valor da marca no limite, uma marca desconhecida não tem qualquer valor do ponto de vista de marketing a sua construção passa, fundamentalmente, por tudo aquilo que se possa fazer para a tornar presente no espírito do cliente: actuação nos pontos de venda, publicidade, passa-palavra, referências nos órgãos de comunicação social, etc. Em suma, há que agir, directa e indirectamente, sobre o mercado com base numa estratégia de comunicação de marketing integrada e eficaz.
Interacção
A imagem de uma marca é o conjunto de associações que os clientes a ela fazem. Numa perspectiva alargada ou seja, não limitada aos sinais de identidade visual a imagem depende das diversas formas de contacto que cada cliente tem com a marca nas suas múltiplas facetas: produto, serviço, preço, comunicação, distribuição, etc. A imagem de uma marca resulta, portanto, da interacção holística que cada cliente com ela estabelece. O que significa que trabalhar a imagem de uma marca passa fundamentalmente por um adequado posicionamento e, consequentemente, por uma estratégia de marketing mix ajustada ao target da marca.
Relação
Fruto de um certo grau de notoriedade e de uma dada imagem, os clientes podem ter diferentes tipos de envolvimento isto é, de relação com a marca. Primeiro, a sua força pode assumir diversos graus, que vão desde a lealdade comportamental até ao envolvimento activo, passando pela atitude de ligação e sentimento de comunidade. Depois, pode traduzir-se em formas distintas: 'casamentos arranjados', 'amizades casuais', 'casamentos de conveniência', 'parcerias comprometidas', etc. Finalmente, a relação pode ter diferentes conteúdos em termos da natureza funcional e emocional. Força, forma e conteúdo consubstanciam aquilo que se designa por relação marca-cliente.
Em suma, um branding eficaz exige não só capacidade de actuação sobre o mercado mas também competências relacionais de forma a potenciarem um forte envolvimento entre os consumidores e as marcas.
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