1 de junho de 2011

Opiniões que Marcam


Rogério Canhoto, CEO Havas Media


 


O actual desafio para os profissionais de marketing e comunicação é claro: Como capitalizar sobre as novas formas de comunicação, assegurando ao máximo o engagement junto das audiências alvo?


 


Num contexto em permanente mudança, em que as evoluções tecnológicas estão no epicentro de uma alteração do paradigma de comunicação, os modelos tradicionais estão em permanente desactualização, sendo que os consumidores estão a adaptar-se mais rapidamente do que as próprias empresas.


 


Rupert Murdock, líder mundial no sector dos media, reconhece publicamente que estamos perante um momento de mudança, cujo impacto só é comparável à invenção da imprensa, mas com um twist, o poder ficou do lado do consumidor.


 


Como consequência, todo o ecossistema da comunicação está sobre pressão, as agencias criativas, as agencias de meios, os próprios meios e principalmente as marcas, que procuram orientar as suas estratégias e acções no meio destas novas regras de mercado.


 


Curiosamente, alguns visionários há bastantes anos atrás, num momento em que esta realidade estava longe de existir, deram as primeiras indicações. As conhecidas lei de Moore (1965), lei de Metcalfe (1980), ou mesmo os “Six degrees of separation” (1929) explicam as bases desta evolução tecnológica, da virtude da internet e até do Social Media.


 


Por consequência, assistimos não só ao estabelecer de novas regras, baseadas na interactividade e na relevância, mas também a uma elevada fragmentação tanto dos media como da atenção dos consumidores, alterando por completo a forma de comunicar.


 


Por outro lado, numa realidade onde a mobilidade ganha cada vez mais importância, as novas plataformas tecnológicas trazem consigo a possibilidade de comunicar, socializar, obter respostas rapidamente, procurar informação, interagir, individualizar, anytime, anywhere quer nas camadas etárias mais altas, quer nas mais jovens, os Digital Natives.


 


Estes interagem entre si, partilham causas, experiências, informação, fazem compras, vêem filmes, jogam, influenciam, está no seu DNA de consumidor deter este poder de controlo de informação, cada vez mais transparente, de fácil acesso e de impacto crescente.


 


Com a democratização dos canais e a acessibilidade às diversas plataformas, todos podemos ser produtores e consumidores de conteúdos. As novas plataformas estão a revolucionar os canais tradicionais, com a TV a evoluir para Web TV, o tablet a modificar a imprensa escrita, as mobile apps a potenciar as comunicações móveis, os laptops a superar os desktops. Claramente, de um ecrã evoluímos para “n” ecrãs, cujos efeitos se cruzam e o fenómeno da convergência tecnológica é cada vez mais evidente, alterando o padrão de consumo de media.


 


As novas plataformas tecnológicas permitem incrementar ligações, mas é necessário ir para além das características físicas focadas na tecnologia que estas ligações possuem, e activá-las para que, de ligações, passem a relações de partilha, criando engagement.


 


Tal como há 500 anos atrás, Gutenberg revolucionou a imprensa, Zuckerberg ao potenciar o Social Media veio reformular a relação entre as marcas e os seus clientes, pelo que os media enfrentam agora o desafio de potenciar as oportunidades geradas por esta nova forma de comunicar.

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