Aumentar vendas. Aumentar lucros. Aumentar visibilidade. Aumentar notoriedade… São inúmeras as exigências que hoje se fazem às empresas e aos seus colaboradores. O mercado e a concorrência não dão tréguas e por isso é esperado que ninguém “feche os olhos” sob pena de o vizinho do lado se tornar mais forte.
Esta exigência, tanta vezes sem visão, é insustentável a longo prazo. Na minha perspectiva naturalmente. Pede-se cada vez mais – a maior parte das vezes em quantidade – sendo humanamente impossível a continuidade do crescimento sem reforços. Sim porque só assim se aumentam os lucros e se tem cada vez mais…
A questão é: quando estouram as equipas? Quando estouram os projectos que são liderados dessa forma ou quando estouramos nós próprios? Pedro Norton de Matos é um exemplo feliz de um gestor que conseguiu recuperar de um enfarte provocado pela pressão que sofria no dia-a-dia (conheça a história contada na primeira pessoa no programa que emitimos esta semana dedicado aos “Negócios do Bem-estar). Mas quantos casos conhecemos nós de pessoas que não têm a mesma sorte?
A luta desmesurada pela quantidade faz-nos perder de nós próprios. Abre-nos um vazio doloroso que, ao não termos tempo para o perceber porque a nossa preocupação é o ter mais, nos foca nos objectivos e não em nós próprios. Mas é em nós que residem as respostas. É em nós que reside o segredo. É em nós que encontramos os caminhos, as estratégias para crescer, para melhorar objectivos…
Por isso o nosso bem-estar tem de estar em primeiro lugar. Não é por acaso que têm surgido tantos negócios à volta deste conceito. Não é por acaso que surgem marcas diariamente, nos mais diversos sectores, que nos fazem promessas de tranquilidade, de paz interior, de saúde…
Ainda bem que assim é! Ainda bem que existem refúgios que nos libertam do stress. Ainda bem que existem restaurantes com comida mais saudável e que surgem marcas preocupadas com a saúde. Ainda bem que existem livros que nos abrem os horizontes, músicas que nos relaxam e velas que dão nova luz à nossa vida…
Mas há que ter consciência do interior. Há que acreditar. Há que dar valor a nós próprios porque, afinal, somos nós o mais importante de todo este universo que nos circunda. O ter não preenche o vazio do ser. Por isso não basta um fim-de-semana num SPA ou uma massagem para aliviar a pressão. O caminho do bem-estar faz-se reunindo o todo. O corpo e a mente. O interior e o exterior. Quando não se alimenta um deles nós continuamos no vazio. O vazio insustentável do ser.
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