9 de maio de 2011

Opiniões que Marcam

(*) Brand Design Manager/Brandia Central e Presidente do Clube de Criativos de Portugal


 


Não haverá ninguém que não aterre em Nova Iorque e não se sinta ‘at home’, como se fôssemos residentes. Toda a nossa envolvente nos é familiar. As ruas e os prédios, os yellow cabs e o fumo de vapor que sai do meio das ruas, os letreiros luminosos, as lojas sofisticadas e as sofisticadíssimas, o metro, o rio e as pontes. Parece que todos crescemos ali e brincávamos no Central Park, que de resto também é um lugar perigoso ou não estaria ali repetidamente o detective Mac Taylor e o pessoal do CSI NY para desvendar crimes hediondos. Mas vê-se que a justiça lá funciona… ou no mínimo é o que nos fazem crer nos filmes e séries que assistimos desde a nossa infância.


 


Nós temos vindo ultimamente a tentar fazer o mesmo, à nossa pequena escala e com uns 50 anos de atraso em relação aos brothers.
Um vídeo exibido nas Conferências do Estoril, em resposta à anunciada intenção da Finlândia não alinhar no empréstimo da União Europeia a Portugal tem graça e pode até ser pertinente. Na internet correm constantemente outros tantos artigos igualmente enaltecedores das qualidades da Pátria lusa, que, como este que pica os Finladeses, são orgulhosamente reencaminhados pelos seus engenhosos habitantes nativos.


 


O que ponho aqui em causa aqui não é o conteúdo do video ou dos emails, mas o facto de termos de ser constantemente relembrados da importância desta Europe’s West Coast, como já foi chamada.


 


Quando eu tenho de explicar, repetidas vezes e para a mesma audiência incluindo a mim mesmo, o quão importante eu sou, é porque a mensagem não passa. E se não passa é porque ou o que eu estou a dizer é incompreensível, ou os meus ouvintes já resolveram há muito cortar os cotonetes das listas de compras.


 


Se bem me lembro, diz-se que ‘o povo tem a memória curta’. E tem mesmo! É por essa razão que temos de estar constantemente a repetir as mensagens se quisermos que elas permaneçam no nosso top of mind. Se a informação for genuína, útil e consistente acabará por se solidificar na cabeça e, no caso desse tema, no coração das pessoas.


 


O nosso país não é perfeito, como nenhum país o será. O que é preciso é sabermos olhar para ele sob o prisma positivo, não renegando os seus defeitos que até terão a sua graça (saber rir de si próprio é sinal de inteligência), mas sabendo enaltecer as suas virtudes.


 


Esta semana arranca o 13º Festival do Clube de Criativos de Portugal, cujo tema é “Ter sorte dá muito trabalho”. É uma grande oportunidade para que tenhamos contacto com o que se faz bem aqui nesse jardim á beira-mar plantado, no campo da comunicação.


 


Além da entrega dos prémios aos “sortudos” vencedores, que se dará na sexta-feira 13, a partir das 19h00 no Espaço Artmosferas da ETIC, o público poderá ter contacto com os trabalhos notáveis que estiveram a concurso e compará-los com o que de melhor se faz na Europa na exposição dos vencedores do Art Directors Club of Europe.


 


Além disso, na quarta-feira os talentosos ateliers MAGA, ALVA, e o incansável sr. Martins da gráfica M2 apresentarão o excelente projecto Chapéu, que desenvolveram em conjunto.


 


E na quinta um guru do poker; uma designer de interiores e um designer gráfico premiadíssimos; um promotor do talento nacional; um estratega de sucesso; um escritor de reconhecido talento dentro e for a do país; e um vidente mediático falarão sobre a sorte e o trabalho que dá encontrá-la.


 


Por último, não posso deixar de referir que tive a sorte de assistir à apresentação de um excelente filme português, que em breve deve estrear em circuito comercial. O enredo é de uma actualidade acutilante e poderia ter qualquer país como cenário, mas passa-se corajosamente em Portugal. Mais uma prova da nossa capacidade de fazer bem as coisas. É “América”.

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