(*) Especialista em marketing sustentável; autora do livro “Green Target – As Novas Tendências do Marketing”
A natureza tem vindo a ser fonte de inspiração para as marcas de cosmética, que atentas às necessidades e exigências da nova classe de consumidores ecologicamente conscientes, têm vindo a desenvolver produtos em que os atributos ecológicos estão em evidência.
Ao analisarmos o ciclo de vida dos produtos de cosmética mais amigos do ambiente verificamos que existe uma maior preocupação desde a extracção de matérias-primas (com a busca de ingredientes que contribuam para uma fórmula segura, eficaz e com o menor impacto ambiental possível), à produção (com recurso a tecnologias mais limpas e energeticamente mais eficientes), ao consumo (com a preocupação com a disponibilização de informação sobre os atributos ecológicos do nos pontos de venda) até ao descarte final do produto (com cuidados sobretudo ao nível da reciclabilidade dos produtos com a redução do número de embalagens e dos plásticos, bem como a biodegradibilidade das fórmulas).
Um estudo levado a cabo pela L’Óreal Garnier a nível internacional intitulado Brand Image Woman 2007, revelou dados interessantes sobre este fenómeno e da sua receptividade pelo consumidor.
O estudo foi conduzido em Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha e Reino Unido, recorrendo a uma amostra representativa de mulheres entre os 16 e os 65 anos de idade, num total de 1000 por cada país.
Quando questionadas sobre as motivações relacionadas com a compra de cosméticos, as consumidoras portuguesas são as que mais valorizam os atributos ecológicos dos produtos, classificando a “naturalidade” em quinto lugar.
Um outro estudo internacional, o Image Power Brands Survey 2010 sobre a percepção que os consumidores têm das marcas verdes, revela também dados interessantes em relação à indústria da cosmética. No Reino Unido, a segunda marca percepcionada com sendo mais “verde” é a Bodyshop, sendo que no Brasil o lugar de topo pertence ao Boticário.
Concluindo, estes dados são indicadores de que o mercado green é cada vez mais abrangente englobando vários sectores de actividade e que o consumidor valoriza cada vez mais estes atributos. No caso da cosmética, as evidências sugerem que o fenómeno veio para ficar.
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