27 de abril de 2011

Opiniões que Marcam

(*) Brand Design Manager/Brandia Central e Presidente do Clube de Criativos de Portugal


 


 


A sorte é o encontro da preparação com a oportunidade. Ouvi isso recentemente, a propósito de outro assunto que nada tinha a ver com o Festival do Clube de Criativos, que este ano celebra a sua 13ª edição com o tema “Ter sorte dá muito trabalho”.


 


 


Curiosamente o meu envolvimento com o CCP deu-se oficialmente no Casino Estoril, quando me tornei sócio do Clube na altura em que acabava de apostar num novo rumo da minha carreira profissional. Preenchi o formulário, paguei ali mesmo a minha quota de 15.000 escudos antes do início da gala, e recebi uma ficha para jogar nas máquinas, o que fui fazer logo a seguir à entrega dos prémios. Lembro-me de nessa altura ser um dos poucos designers presentes, pois o Clube acabava de abrir essa categoria, para a qual fui jurado nessa mesma edição. Ainda adquiri 2.500 escudos em fichas, para fazerem companhia à que me foi presenteada.


 


 


Devo dizer que nunca tive muita sorte no jogo, mas como o amor não é para aqui chamado, continuarei a debruçar-me sobre o que se passou naquela noite entre as luzes, o barulho, o cheiro a tabaco e os olhares algo deprimentes das pessoas que pousam abutremente sobre as slot machines.


 


 


A poucas fichas de resignadamente sair dali de mãos a abanar, como era de esperar, começo a ouvir o tilintar de fichas a cair por um período maior que o habitual e, espantosamente, o barulho vinha da minha máquina! O jorro estancou exatamente 17.500 escudos depois, ou seja, precisamente o valor que eu tinha gasto nessa noite, entre a inscrição no Clube e as fichas extra.


 


 


Sorte ou premonição, não imaginava que naquele dia dava início ao meu envolvimento com o CCP, que já leva mais de 10 anos de trabalho. Desde então tive a verdadeira sorte, essa sim, de participar nesse projeto com alguns dos melhores profissionais do nosso mercado, sempre preocupados em fazer crescer e evoluir a representatividade dos profissionais da indústria criativa do país.


 


 


A cada ano que passa revemos os regulamentos que parametrizam o Festival, tentando acompanhar a evolução do próprio mercado criamos novas categorias e abolimos outras, envolvemos novas áreas, redefinimos metodologias e procedimentos. É um trabalho infindável porque o nosso universo de trabalho muda a uma velocidade cada vez maior e o que é verdade hoje, amanhã pode já ser história. Apenas a título de exemplo, quem imaginava, há 10 anos, que um dia teríamos de criar uma categoria “E_Comerce, publicidade online, brand awareness e social media”?!


 


 


Apesar da situação que o país atravessa, com reflexos diretos no setor da comunicação, temos tido a “sorte” de manter praticamente inalterado o volume de inscrições ano após ano, o que significa que temos trabalhado bem na adequação à realidade.


 


 


A nossa programação de atividades que decorrerão de 9 a 13 de Maio, na ETIC em Lisboa, comprova mais uma vez que os nossos esforços para compensar a falta de patrocínios tem dado resultado. Novas situações requerem novas ideias, que por sua vez geram propostas inovadoras, que vão desde intervenções em restaurantes selecionados a batalhas de música, palestras mais ou menos inusitadas mas sempre adequadas, e a envolvência cada vez maior do público e dos profissionais do setor.


 


 


Não é a falta de suporte financeiro que nos pára. Pelo contrário, continuamos a prepararmo-nos afincadamente para as oportunidades que hão de vir.


 

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