(*) Marketeer e Docente Universitário
Serão as Marcas existentes no espectro político e as instituições inerentes que resolverão a actual crise político-económica? Digo político-económica exactamente porque as marcas da nossa política apresentam um conjunto de debilidades que fazem suscitar a interrogação, quanto à sua capacidade para resolver o problema económico.
Uma marca deve ser coerente e credível na sua comunicação de forma a gerar notoriedade com valores e associações positivas e, nas propostas de valor que apresenta ao seu target, deve procurar ser relevante e diferenciada das demais propostas.
Se analisarmos a actual conjuntura e o passado recente, facilmente compreendemos que as marcas da política (partidos, lideres e instituições nacionais) apresentam incumprimentos e incapacidades nos itens acima referidos; para além de terem apresentado um conjunto de falsas promessas que criaram percepções muito negativas no target.
Os efeitos desta realidade são devastadores, e colocam os Eleitores Portugueses numa situação muito difícil, uma vez que sentem a vontade e responsabilidade de contribuírem com o seu voto para a resolução da actual situação mas, quando procuram propostas de valor e marcas credíveis, encontram muito poucas opções de escolha.
As marcas da política portuguesa enfrentam uma crise de identidade, de valor e de credibilidade que se consubstancia na falta de soluções/propostas para os problemas de fundo.
Crise de identidade, porque perderam o referencial ideológico e programático que havia sido definido na sua génese, a Revolução de Abril. Não acredito que as propostas de outrora fossem hoje relevantes, contudo atravessamos momentos em que necessitamos de ter propostas profundas e capazes de reformarem o sistema político.
Crise de valor e de credibilidade, uma vez que os eleitores não valorizam e não confiam nas actuais marcas, devido à sua actuação na Sociedade; bem como as mesmas não apresentam uma identidade clara e bem definida.
Precisamos que as marcas da política clarifiquem o seu posicionamento estratégico, afirmando o projecto de Sociedade que preconizam, antes de apresentarem as suas soluções para a resolução da crise económica.
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