(*) Chief Creative Officer da Torke boutique guerrilla agency
Vai ser duro. Mas quem disse que não gosto de trocar as fraldas?
Dificilmente consiguirei passar a “emoção” do que estou sentindo através deste texto, e a azia/adrenalina de estar a lutar por um novo desafio.
O calor no estômago não é de medo…nem de preocupação, é de ansiedade, de querer fazer mais e melhor.
Cheguei em Lisboa a 6 anos atrás, comecei sozinho, pedi 5.000€ emprestados a dois amigos e num quarto em alvalade onde dormia montei a 1ª agencia de marketing de guerrilha do país.
Considero hoje uma pessoa feliz e com sucesso naquilo que criei. Como 99% dos pequenos e médios empresários, não podia falar da Torke sem dizer que considero meu filho.
Criei e mimei este filho, dei tudo por ele e sinto que hoje fez 18 anos. Rimos juntos, choramos juntos, brigamos juntos e juntos ainda temos amigos inseparáveis que fizeram esta familia crescer. (empresa é tipo cão e gato nas idades…a empresa tem 5 anos mas equivale 18 para o ser humano). Hehe
18 anos é idade de experimentar novas coisas, e todo pai deveria saber que para poder dar mais maturidade ao filho, não o podemos prender para sempre no sótão de casa.
Também já não fica bem nas festas de adolescentes ir de boleia com o pai. Por mais que nós, pais, queiramos ter a certeza que ele chegue lá e que tudo corra do melhor.
Com isso, fui atrás de um padrinho que pudesse acompanhar este novo percurso. E eu pensei. Porque não ajudar outras crianças a crescer? porque nao usar esta experiencia e educar algumas crianças perdidas na vida? Porque também não adotar crianças quesão mal tratadas pelos pais?
Pensando nisso e fazendo uma analogia as crianças decidi com a ajuda de mais 5 pessoas abrir um infantário, onde o objectivo será adoptar, criar e educar novas crianças, algumas com coco nas fraldas, outras com iogurte nas orelhas e feijões no nariz, outras mais atenciosas e não tão bagunceiras….vários tipo de crianças, desde qeu podemos ver um potencial criativo e disruptivo na maneira de pensar…e vejo nesta mistura o gozo na troca de experiencias entre elas…. Será uma luta de egos, mas não por isso menos divertido… onde o meu papel será muito simples, que cresçam felizes, com sucesso e que possam buscar a sua liberdade.
Para quem me conhece sabe o quanto gosto destas crianças, sou daqueles que quando vou numa festa familiar, ficam os pais todos numa mesa redonda a falar what do you do? e eu fico com as crianças a entender o mundo delas, o que elas pensam, porque passam mais tempo no lego do que com o Noody, porque vibram com o jogar tennis no wii?… tenho paixão por crianças …gosto de estar próximo desde os primeiros passos, de ouvir a primeira palavra…. Onde o nosso papel enquanto pai é que cada comentário nosso seja visto como um aprendizado e uma dica para o futuro.
Existem pais melhores que outros, e com certeza não somos o melhor pai do mundo. Mas damos muitas risadas!
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