(*) Marketeer e Docente Universitário
O panorama das grandes marcas irá mudar no médio prazo com o inevitável crescimento das marcas chinesas.
Hoje, produto chinês está na sua maioria associado aos grandes bazares de produtos baratos de qualidade média ou eventualmente baixa; no futuro assim não será.
A Economia chinesa; bem como as outras Economias que hoje sustentam o crescimento Mundial, mormente as do designado BRICA (Brasil, Rússia, Índia, China e Angola) estão numa fase em que sustentam o seu desenvolvimento na produção para terceiros, por um lado, e para si próprios por outro. No que respeita à primeira, apesar de produzirem marcas de elevado valor acrescentado como por exemplo, a Apple, a mesma não deixa esse valor acrescentado no País. Em relação à segunda trata-se, na sua maioria, de produtos de qualidade média para suprir o consumo interno (onde provavelmente a procura é maior do que a oferta) sem, pelo menos do ponto de vista ocidental, existir gestão e/ou preocupação com o desenvolvimento de marca.
Existem já excepções como o motor de busca Baidu ou a marca de viaturas BYD; as quais fazem antever o surgimento de marcas de grande dimensão. Se as empresas já surgem em número significativo nos rankings, as marcas ainda não mas… não tardará.
Esta é uma realidade intrínseca ao desenvolvimento económico, facilmente compreensível se nos recordarmos do passado recente de Portugal quanto à dificuldade de construir marcas nos sectores onde produzia e produz para terceiros, como o calçado e o têxtil.
O peso da Sociedade Chinesa conjugada com uma filosofia de marca e um foco na exportação trará ao panorama do Marketing não só novas marcas mas também novos conceitos e abordagens.
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