10 de março de 2011

Opiniões que Marcam

(*) Presidente da GCI


 


 


“Banho não é um SPA… três minutos já está”, canta-nos uma campanha de responsabilidade social da Sonae Sierra.


 


O slogan desta campanha poderia ser também – e muito bem – utilizado pela Unilever, que descobriu que o seu maior impacto estava relacionado com a utilização de champôs e sabonete – por causa dos banhos dos consumidores, que duram entre 10 a 12 minutos.


 


Por isso, a multinacional não vai parar enquanto não conseguir mudar esta situação, e está mesmo já a trabalhar com fornecedores e consumidores para reduzir o impacto dos seus produtos no ambiente.


 


Esta curiosidade foi revelada há duas semanas durante a sessão pública de apresentação da quarta edição dos Green Project Awards, que decorreu na Culturgest.


 


No palco estava a vice-presidente global da Unilever para a sustentabilidade, Karen Hamilton, que apresentou o Sustainable Living Plan.


 


Confesso que me surpreendeu a ambição, abrangência e detalhe do plano, que pretende, entre outros, ajudar mil milhões de pessoas a melhorarem a sua saúde e bem-estar, reduzir em metade a pegada ecológica de todos os seus produtos e obter de forma sustentável 100% da matéria-prima derivada da agricultura.


 


Não que não estivesse à espera de algo parecido da Unilever, mas não me lembro de ter visto um plano tão ambicioso para reduzir o impacto no ambiente de uma multinacional.


 


Mais: como disse Karen Hamilton, não basta reduzir o impacto da Unilever no ambiente, mas sim mudar a vida a mais de mil milhões de pessoas.


 


O plano é tão vasto que aborda preocupações como a nutrição sustentável, a promoção do bem-estar ou a reciclagem. Karen Hamilton chegou a dizer que a Unilever não via “problema nenhum entre o consumo responsável e o crescimento do negócio” – pelo contrário, um é potenciador do outro.


 


O Sustainable Living Plan, diga-se, não substitui os projectos de sustentabilidade, em nome próprio, das centenas de marcas da Unilever – Lipton, Persil, Rexona, Skip ou Ben & Jerry’s são apenas algumas delas.


 


Um exemplo: ao mudar a embalagem do desodorizante Rexona, a multinacional anglo-holandesa conseguiu poupar 18% em plástico, o que corresponde à poupança de 15 milhões de euros por ano. Quem disse que o consumo responsável e o crescimento do negócio não poderiam ser cúmplices?


 


Da apresentação de Hamilton retive ainda duas ideias. A primeira é a constatação de que as fábricas portuguesas da multinacional estão no bom caminho em relação às práticas de sustentabilidade – foram mesmo elogiadas pela responsável.


 


A segunda – e aqui voltamos ao início – levou Hamilton a admitir que uma das grandes preocupações da Unilever estava relacionada com a redução do consumo de água – tanto nas fábricas como na própria casa dos seus consumidores.


 


Esta preocupação – e agora digo eu – deverá ter sido redireccionada da vice-presidência da área de sustentabilidade para o departamento de I&D. E estou certo que, em breve, teremos mais novidades sobre esta preocupação da multinacional.

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