10 de março de 2011

Opiniões que Marcam

(*) Brand Design Manager/Brandia Central e Presidente do Clube de Criativos de Portugal


 


 


Um lado não é nada se não puder contar o outro. Já imaginaram um Batman sem um Joker? Um Benfica sem um Sporting? Um Brasil sem uma Argentina? E a Ponte 25 de Abril serviria para quê?!


 


 


Os lados servem, sobretudo, para que nos orientemos, e seguramente todos temos os nossos lados de eleição. O nosso cérebro tem dois lados, nem que sejam o lado de dentro e o de fora; temos o lado para o qual dormimos melhor; existem dois lados numa mesma moeda; há o lado do pão que cai virado para o chão, invariavelmente o que tem salmão fumado irlandês já que eu odeio manteiga; há o outro lado do mundo, que já um dia já esteve mais longe; e tantos outros lados que nem vale a pena tentar aqui enumerar.


 


 


Os lados pressupõem uma divisão, o cá e o lá, o este e o aquele, o um e o outro, e entretanto essas diferenciações, que na maioria das vezes já estão mais do que assimilada por nós, em dadas situações podem deixar de fazer sentido.


 


 


Este ano, pela primeira vez, a composição das equipas de jurados do Festival do Clube de Criativos (CCP) contará com a participação de elementos “do outro lado”, ou seja, aqueles a quem costumeiramente designamos por “clientes”.


 


 


Essa inovação é coerente com a linha de actuação que o CCP adoptou desde há três anos, acreditando que a criatividade não está confinada aos ateliers, ainda o reduto da materialização das ideias, mas envolve equipas alargadas compostas pelas mais diversas disciplinas e seus especialistas.


 


 


Eventualmente haverá quem discorde dessa nova estrutura de júris, mas posso afirmar por experiência própria que a inclusão de um elemento “não criativo” ajuda a que analisemos os projectos por um outro ângulo, gera discussões muito enriquecedoras e traz resultados bastante positivos.


 


 


Afinal, esses interlocutores que gerem a comunicação dos anunciantes são profissionais que lidam constantemente com a criatividade no seu âmbito de trabalho, que vivem intensamente o mundo da criatividade mas que não possuem o rótulo de “criativos”.


 


 


Uma das qualidades que um cliente pode/deve possuir é a de saber participar como parceiro num projecto, assim como um bom criativo saberá ver no cliente mais um aliado que colaborará na excecução das ideias; não por amizade, ainda que essa possa existir, mas porque a vontade e até mesmo a necessidade de sucesso é mútua.


 


 


E é sob esse prisma, considerando que há realmente menos “lados” dos que aqueles que se calhar já existiram um dia, que encaramos com satisfação a participação de alguns dos “outros” no processo de avaliação e eleição dos trabalhos mais criativos realizados em Portugal no último ano. A ideia é trabalharmos sem barreiras para obtermos um resultado ainda mais relevante para o mercado.


 


 


Concluindo, e se calhar já me repetindo, estamos todos do mesmo lado. Talvez “tu cá, tu lá”, mas isso para já é uma conjectura.


 

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