2 de março de 2011

Opiniões que Marcam

(*) CEO Havas Media


 


 


Alguém se lembra como é que eram combinados os encontros quando não existiam telemoveis, como é que se realizavam compras quando não existiam cartões multibanco, ou mesmo como é que se procurava informação de forma rápida antes de existir o google?


 


Na semana passada, durante uma conferência a que estava a assistir e onde se discutiam as alterações estruturais que os vários sectores de actividade estão a atravessar, um par de jovens na casa dos 20 anos de idade sentados à minha frente comentam entre eles… “inacreditável, nestes últimos anos tanta coisa mudou… o que era, já não é!”.


 


E, de facto, retive esta expressão, pelo que enquadra em termos de tomada de consciência que o mercado em que desenvolvemos as nossas actividades está em perfeita mutação.


 


Ao tentarmos fazer uma retrospectiva, verificamos que a nossa memória é efectivamente curta, na medida em que dificilmente conseguimos reconstituir alguns padrões de comportamentos sociais e de consumo que tínhamos há 20 anos atrás.


 


Mais me impactou pelo facto de terem sido dois jovens recém-licenciados que trocavam este comentário. Eles que nasceram, e se desenvolveram, num contexto completamente diferente, tecnologicamente mais evoluído, onde os computadores e a internet eram uma realidade claramente disseminada.


 


De certa forma, encontro um paralelismo entre a tomada de consciência destes dois 
jovens, e o efeito que teve o pequeno video de Karl Fisch “Shift Happens” (numa clara colagem à expressão anglo-saxónica relativa aos fenómenos de mudança em que tudo pode estar posto em causa
).


 


Curiosamente, grande parte das inovações que, de forma cada vez mais acelerada, surgem no nosso dia-a-dia, surgem como gadgets apelativos, transformando-se em ferramentas que alteram de forma radical o nosso comportamento de consumo, de bens, de serviços, de media e de informação.


 


Certo é que o ritmo não vai abrandar, e seremos impactados cada vez mais com novidades diárias que “prometem” revolucionar o futuro do marketing e da comunicação. Novos conceitos como Connected TV,  Contextual Advertising, Location Based Information, Smart Surfaces, e muitos outros que estão em desenvolvimento obrigam os marketers a estar em permanente alerta se pretendem manter-se na liderança e diferenciar-se da concorrência.


 


Não nos podemos esquecer que o desafio para manter e construir marcas fortes e relevantes para o consumidor, passa por dominar não apenas os mecanismos tradicionais, mas principalmente por conseguir complementar com um novo conjunto de ferramentas e de regras de comunicação e marketing.  

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