(*) Chief Creative Officer da Torke boutique guerrilla agency
*Este título não tem a ver com o Sporting e nem com a nossa acção de lyoncificar a filha do coleguinha do liedson. Na verdade nem sei porque coloquei este título.
Em Novembro de 2010 lançamos uma novidade ao mercado, vamos abrir a Torke em São Paulo no dia 22 de Julho de 2011 (aniversário da minha mãe). Para quem não sabe, sou de São Paulo e vivi lá até os 21 anos, to cá a 6 anos.
Para informar esta decisão coloquei um post no meu blog dizendo que queria ouvir o que os vários intervenientes tinham para me dizer, potenciais clientes, potenciais colaboradores, investidores, concorrentes…
Recebi 300 emails mais ou menos. Sendo que 4 deles de investidores particulares, uns 6 de potenciais clientes, uns 3 de “concorrentes” e 287 de malta querendo sair do desemprego ou da agencia que estão.
Nestas conversas fui sentindo que aquilo tinha mudado, já não reconhecia o país da mão de obra criativa low cost, são paulo estava ultra inflacionado, dos 287, falei com designers júniors querendo ganhar 2.500 euros (júnior, acabado de sair da faculdade, com portfólio ridículo), falei com 4 investidores que não sabiam o que é comunicação mas tinham recebido o bónus da banca no fim de ano e não sabiam onde colocar o dinheiro, e falei com clientes que trabalham hoje com agencias de mais de 100 pessoas, na verdade me pareceu que são Paulo agora só existia agencias de 100 pessoas. E o número 100 não para por aí. Parecia que tudo custava 100 reais (40 euros), ir num jantar a dois, 100 reais, ir ao shopping estacionar e comprar 2 cuecas, 100 reais, ir no museu tomar um gelado e comprar um livro 100 reais, encher o tanque do carro 100 reais.
Comecei a sentir pela primeira vez que já não era 100% de lá, o samba começou a ficar dormente…sentia que eu também tinha mudado.
Tudo está mudando rápido, e o mesmo que acontece com são Paulo acontece com o mundo da comunicação, para quem está a 10 anos a fazer a mesma coisa a espera que Portugal tenha os anos dourados de novo, ou ganhar no euromilhoes, não vai acontecer. Acorda! Se reinvente.
O nosso mercado precisa usar o potencial criativo para o mundo. Não me admira que comece a existir agencias globais sem Head Office onde pensadores estão espalhados pelo mundo, onde a proximidade de uma reunião é um skype. Ou num mesmo espaço termos cabeças brasileiras, portuguesas, turcas, americanas, russas….
Bora lá estou aberto a sugestões, novas experiencias, cabeças projectos que possam fazer sentido para as pessoas e para o mundo.
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