26 de janeiro de 2011

Opiniões que Marcam

(*) Director do portal Sapo


 


O fenómeno de compras sociais tem vindo a crescer de forma impressionante nos últimos tempos. Empresas como a Groupon (que o Google tentou comprar recentemente) ou a Living Social (já comprada pela Amazon) estão nas bocas do mundo e as taxas de crescimento que apresentam no seu volume de negócios contrastam brutalmente com a recessão económica. Exemplo disso foi a campanha da semana passada da Living Social que oferecia 50% de desconto sobre um vale de 20 USD na Amazon, que em apenas 24 horas vendeu mais de 1 milhão de vouchers num valor global superior a 10 Milhões de dólares.


 


Muitos factores contribuíram para o sucesso crescente deste tipo de serviços:
 - um modelo de negócio atractivo que beneficia fornecedores (que vêem os seus produtos e marcas serem comunicados em força para bases de dados de centenas de milhar de clientes), clientes (que recebem descontos significativos sobre os produtos que pretendem adquirir) e o site (que recebe uma comissão de venda pelo seu esforço);
 - o hype à volta destes projectos, acentuado pela tentativa de compra do Google, e que trouxe muita publicidade positiva facilitando a angariação de novos clientes;
 - o crescente conforto do consumidor na compra online que facilita cada vez mais o processo de adesão a este tipo de negócios muitas vezes vistos como “bons demais para ser verdade”;
 - o contexto económico propenso à procura activa de bons “negócios” em termos de preço.


 


Independentemente das razões, o sucesso deste tipo de iniciativas é hoje um dado adquirido e em Portugal já se atingem volumes de negócio significativos. Para os marketeers é portanto muito importante começarem a olhar para este tipo de iniciativas com muita atenção, não só porque o potencial de canibalização do seu negócio e de canais de venda mais tradicionais é bastante significativo mas também porque com uma boa estratégia nesta área podem ter uma ferramenta poderosa para, por exemplo, ajudar a escoar stock de produtos com menor apetência comercial, “secar” mercado antecipando o lançamento de produtos ou serviços da concorrência ou angariar novos clientes que depois podem ser trabalhados na cadeia de valor com oportunidades de upselling e cross-selling. Nada que não possa ser feito utilizando as ferramentas tradicionais de marketing, mas tendo claras vantagens no que respeita a velocidade de resposta e impacto da acção a custos significativamente inferiores, especialmente se considerarmos que se trata de um modelo de partilha de risco em que os custos de entrada são praticamente nulos.

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