(*) Director Criativo da NOSSA
Os publicitários são os Miguel Angelos dos tempos modernos.
A frase é de John Hegarty (o H da BBH) e concorde-se ou não, é reveladora da influência que a comunicação tem nos dias de hoje.
A (boa) comunicação impõe tendências, cria neologismos, muda comportamentos.
O mundo vive ao ritmo das marcas.
Mas todo este poder traz também responsabilidade. A comunicação pode e deve contribuir para um mundo melhor. Não apenas através das causas sociais mas também como causadora de bem estar.
2011 vai ser um ano difícil. Os telejornais assustam mais do que os filmes de Shyamalan.
Obviamente que a crise está já a afectar as marcas e a sua comunicação, mas é precisamente nesta altura mais cinzenta que podemos fazer mais pelo estado de espírito da nação.
Uma comunicação mais alegre, mais bem humorada, capaz de ajudar o pais a passar por este momento com menos dinheiro no bolso mas com mais sorrisos no rosto.
É claro que cada marca tem o seu próprio tom de voz. O seu território. Nem todos podem começar a disparatar, aos gritos, ao moche. Mas as que podem, as que têm o humor no seu ADN, as que têm espaço para isso, deviam esforçar-se para oferecer boa disposição e entretenimento no meio do bloco das notícias de economia.
A criatividade Argentina floresceu no meio da crise. Foi numa altura grandes problemas financeiros e sociais que a criatividade argentina se começou a destacar nos festivais internacionais. Um humor acutilante, brilhante, capaz de animar um país amargurado.
Não é sequer uma categoria no marketing de crise,
mas o make-me-laugh-and-forget-Marketing pode bem ser uma ajuda para combater a melancolia que por vezes (demasiadas) dá à nossa costa.
Bom 2011.
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