(*) Presidente da GCI
E assim, de pessimismo em pessimismo, chegámos a 2011.
Os portugueses tendem a ser exagerados. É assim quando, ao primeiro raio de Sol, proclamamos a próxima época de vacas gordas, e assim é quando, montado um cenário mais negro, anunciamos o fim do mundo.
Basta pegar num livro de História para perceber que raramente há meios termos. Ainda assim, não somos um povo muito propenso a mudanças.
O ano que agora começa não será fácil mas, por esse mesmo motivo, é o ano ideal para começarmos a mudar a nossa mentalidade.
Não estou a falar de passar a frequentar um ginásio ou deixar de fumar – essas são coisas banais – mas sim de objectivos bem mais difíceis de atingir, como deixar o carro em casa e viajar de transportes públicos. Consegue?
Ou fazer um esforço para ser mais produtivo no dia-a-dia. Um exemplo: ter uma reunião de trabalho que seja, verdadeiramente, uma reunião de trabalho.
Deixar de lado o futebol como primeiro e último dos nossos problemas, encarar as mudanças profissionais como escadas para outra etapa das nossas vidas.
Por vezes, o nosso pessimismo surge desta incapacidade em mudar, da dificuldade em sairmos da nossa zona de conforto, tornando-se um ciclo vicioso que nos impede de colocarmos em prática todas as nossas capacidades.
Todos temos uma frase feita que assenta que nem uma luva a fases de grande picos de trabalho: “não tenho tempo para nada”. Basta trabalhar num projecto internacional para perceber que são poucos os que, como nós, justificam assim as suas incapacidades.
Talvez devessemos começar por aí: em 2011, vamos ganhar tempo ao dia.
Espero que 2011 seja o ano 0 de uma nova etapa para Portugal: A era da mudança de mentalidades.
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