5 de janeiro de 2011

Opiniões que Marcam

(*) Especialista em marketing sustentável; autora do livro “Green Target – As Novas Tendências do Marketing”


 


 


O termo “produto verde” e a promessa de atributos “amigos do ambiente” generalizam-se. Mas afinal de que é que falamos quando utilizamos estes termos? O que são produtos verdes e como é que se diferenciam dos demais? Que critérios devem ser respeitados aquando do seu desenvolvimento e comercialização? Que mais-valias têm para o consumidor final?


 


Segundo Ottman, desde as últimas décadas que temos vindo a assistir ao aumento da oferta de produtos verdes, fenómeno que começou a ocorrer com maior intensidade a partir do início dos anos 90: 24 produtos ecologicamente correctos foram lançados em 1985 nos EUA, quantidade que se elevou para 728 em 1990 e 810 em 1991.


 


Definir o que é um produto verde ou ecologicamente correcto não é tarefa fácil, pois ainda não existem métodos comprovados capazes de medir eficazmente o impacto ambiental de um produto em relação a outro. Assim, procura-se denominar como “verdes” os produtos que causem menos impacto ao meio ambiente do que seus alternativos. Ou seja, um produto verde é aquele cujo desempenho ambiental e social é significativamente melhor do que as correspondentes ofertas convencionais ou concorrenciais.


 


Um produto ecológico deve ser concebido para satisfazer as necessidades de preservação ambiental de consumidores preocupados com esta questão, tendo em conta, contudo, de que esta é uma necessidade secundária destes consumidores. Isto é, os consumidores compram os produtos para satisfazerem as necessidades para as quais foram designados e a característica de não agressão ao meio ambiente pode funcionar como uma ampliação deste produto, extrapolando as expectativas dos consumidores.


 


No entanto, é preciso salvaguardar que não existem produtos totalmente ecológicos, visto que o desenvolvimento e a produção de qualquer produto geram resíduos durante o seu fabrico, distribuição e durante o próprio consumo e na fase em que o consumidor dele se desfaz. Segundo Ottman, existem quatro dimensões que devem ser consideradas para o adequado processo e desenvolvimento de produtos ecologicamente correctos: aquisição e processamento de matéria-prima; produção e distribuição; uso de produto e embalagem; além do uso posterior e descartabilidade.


 


McDaniel e Rylander, reforçam esta afirmação alegando que para que os produtos se tornem menos nocivos para o ambiente, todas as áreas operacionais necessitam de considerar todo o impacto ambiental da actividade empresarial ao longo do ciclo de vida do produto bem como do seu ciclo de consumo.


 


A figura que se segue retrata o ciclo de vida que um produto verde deverá incorporar, sendo que um dos elementos fundamentais prende-se com o fim de vida que deve contemplar a sua reutilização, re-fabricação ou reciclagem. É importante também salvaguardar que todas estas etapas deverão ser equacionadas antes da concepção do produto de forma a minimizar todo o impacto ambiental subjacente.


 


 



Fonte: Bereketli, Genevois, Ulukan


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Concluindo, apesar das constatações sugerirem que a sociedade está a tornar-se cada vez mais simpatizante de produtos amigos do ambiente, é preciso necessário que as marcas actuem com prudência, assegurarem-se do fundamento do posicionamento reivindicado e da capacidade de o provar cientificamente, com particular destaque para a análise do ciclo de vida completo do produto.


 


 

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