16 de dezembro de 2010

Opiniões que Marcam

(*)Secretária-geral da APAN


 


 


Desde meados de Setembro que assistimos a uma alteração bem visível no serviço de busca da Google, a que todos acedemos diariamente. Esta mudança, anunciada pela empresa nessa altura, implementou uma alteração profunda na política global de publicidade Adwords.


 


Esta decisão causou especial impacto junto dos anunciantes, gerando polémica e um sentimento generalizado de insatisfação, pois permite a qualquer pessoa que queira comunicar através da Internet, utilizar marcas registadas de outros como palavras-chave, sem que os seus proprietários possam opor-se ou actuar de forma preventiva.


 


O facto de a Google ter tomado uma decisão unilateral e à margem dos direitos dos detentores das marcas, levou a uma tomada de posição da Federação Mundial de Anunciantes (WFA), e também das associações nacionais como a APAN, de grande indignação e descontentamento. Neste contexto, assumimos uma posição contra as alterações implementadas pela Google, que prejudicam claramente quem, durante anos, tem investido no seu principal activo – os anunciantes – e os impossibilita de proteger e gerir a forma como as suas marcas são referenciadas na Internet.


 


Na APAN estamos também a acompanhar o recente processo que a Comissão Europeia abriu formalmente contra a Google, no que respeita às suas actividades de publicidade associadas à pesquisa. Para os anunciantes, a falta de transparência em torno dos rankings de pesquisa gera especial interesse no acompanhamento desta matéria.


 


Com efeito, a nova política da Google, agora posta em causa pelas autoridades europeias, desrespeita as boas práticas definidas por mútuo acordo no Fórum de Direitos Humanos na Internet, em 2005, e coíbe, de forma efectiva, os anunciantes de utilizarem qualquer tipo de ferramenta de protecção das suas marcas. Concretamente, falamos da defesa perante crimes como a contrafacção de produtos, a existência de canais de distribuição ilegais, o aumento dos preços das palavras-chave ou a banalização de práticas de concorrência desleal, entre outros. 
 


Enquanto representante dos anunciantes portugueses e com vista à defesa dos seus interesses e direitos no âmbito da comunicação comercial online, a APAN continua atenta a todo este processo e colabora com a que WFA nas suas iniciativas junto da Comissão Europeia, assumindo uma posição sólida e consensual, lutando contra esta decisão impositiva da Google.

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