8 de dezembro de 2010

Opiniões que Marcam

(*) presidente da GCI


 


Há uma semana, o Banco Alimentar bateu dois recordes: o de alimentos recolhidos durante um fim-de-semana, cerca de 3.625 toneladas, e o de voluntários conseguidos, cerca de 30 mil.


 


No sábado, leio no Expresso um primeiro desenvolvimento da iniciativa que a responsável pelo departamento de qualidade da AHRESP, Susana Leitão, já tinha anunciado na sessão de apresentação dos Nutrition Awards 2011: a associação vai lançar uma campanha de luta contra a fome, chamada “Direito à Alimentação”, para providenciar refeições para os mais carenciados.


 


Segundo a AHRESP, já terão aderido à campanha cerca de 700 restaurantes, o que é notável, sobretudo, porque a iniciativa ainda nem sequer foi apresentada oficialmente – será esta sexta-feira.


 


Na segunda-feira volto a ler – desta vez no Green Savers – que haverá, entre activos e esporádicos, cerca de 1,5 milhões de voluntários em Portugal.


 


Estas informações, recolhidas de memória para a escrita deste artigo, demonstram a importância que o combate à pobreza, inclusão social e voluntariado têm assumido, nos últimos meses, em Portugal.


 


Infelizmente, poderia dedicar vários outros artigos a este tema. Felizmente, também o poderia fazer em relação a acções e iniciativas que ajudam a combatê-lo.


 


Portugal tem um problema complexo para o curto e médio prazo. De acordo com o INE, sem as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro milhões de portugueses estariam em risco de pobreza.


 


E, mesmo com esses apoios, um em cada cinco portugueses já está no limiar da pobreza. São dois milhões de pobres – os números há muito que deixaram de ser simplesmente alarmantes.


 


Com uma taxa de desemprego acima dos 10%, há distritos inteiros que estão em situações de falência económica e social.


 


Assim, combater a pobreza e a fome e melhorar a inclusão social são provavelmente os maiores desafios das últimas décadas para as empresas, sociedade civil e governantes. Por isso projectos como os que aqui referi são estruturais, hoje, para o País.


 


Pela experiência que tenho nestes temas, sei que estas iniciativas não se ficarão por aqui. Nas alturas mais difíceis – e não só – os portugueses são solidários.


 


Para as empresas e marcas, este tema torna-se ainda mais pertinente pela expectativa dos consumidores face à sua responsabilidade social e compromisso para com os temas sociais.


 


Por isso, aqui fica também o convite: dia 14 de Dezembro, a GCI e o ISCTE vão apresentar o Good Purpose, um estudo da Edelman – na qual a GCI é afiliada – que avalia as atitudes dos cidadãos em torno dos propósitos sociais, o seu compromisso para com estes temas sociais e as suas expectativas face às empresas e marcas.


 


Em pleno Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social – e a caminho do Ano Europeu do Voluntariado – esta será uma boa oportunidade para perceber como estes temas cada vez mais incontornáveis podem ser trabalhados pelas marcas e empresas. Que, como se sabe, não podem ficar alheias a esta realidade.  

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