Quando li a notícia sobre a entrada da marca D. Pedro Hotels na “second life”, termo habitualmente utilizado para designar a vida virtual que é possível “viver” através de jogos e aplicações da Web, fiquei orgulhoso por uma marca portuguesa ser pioneira, na extensão da sua “vida” para o que de momento alguns ainda consideram “uma estranha forma de vida”; por outro lado a notícia suscitou-me a reflexão que aqui convosco partilho.
Deve ou não uma marca estar presente na “second life”? e, em caso afirmativo, deve a sua proposta de valor e imagem, ser uniforme e coerente com a da vida real ou apresentar, ruptura/inovação/complemento?
A resposta a estas questões, como outras em marketing, deve, em minha opinião, ser encontrada no consumidor e na marca.
Existirá certamente um perfil típico dos utilizadores da “second life” que importa conhecer e verificar se este coincide com o target da marca que se equaciona estender a esta realidade virtual.
Por outro lado, uma marca é um elemento distintivo e agregador de uma proposta de valor composta pelo produto/serviço e pelos valores e associações positivas que os seus públicos fazem desta. Importa assim perceber se este conjunto de elementos da marca é relevante para a “second life” do seu target e, em caso afirmativo não me parece que existam dúvidas quanto à oportunidade de reforçar os laços marca-consumidor.
O verdadeiro desafio está na proposta de valor e imagem que a marca deve apresentar na “second life” uma vez que os utilizadores da mesma fazem-no num universo de imaginação e liberdade absolutamente distinto da realidade em que, no Mundo Real, se relacionam com a marca.
Sem ter dados científicos sobre este comportamento virtual, arrisco por intuição, e como contribuição para a discussão do tema, a hipótese de que se abre um espaço de liberdade e imaginação para o desenvolvimento das marcas na “second life” cuja ligação mais importante é ao comportamento virtual dos seus consumidores e não tanto com o que a marca é no Mundo Real.
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