*Director de Relações Institucionais, Marca e Comunicação Sonae
254 – esta é a idade da mais antiga região demarcada do Mundo. Creio que posso afirmar que se tratará de uma das mais antigas marcas portuguesas. Quando em 1756 o Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, criou por Lei a Região Demarcada do Douro, ao longo do vale do rio Douro e seus afluentes, de Barqueiros até Barca D' Alva não imaginava que quase três séculos depois essa decisão se tornasse num dos patrimónios de maior valor para o nosso país.
O vinho foi o motivo mas, mais do que isso, estava implicita uma vontade que hoje em dia todo o país, todas as empresas e todas as marcas procuram – a diferenciação – a necessidade de criar um produto original e único e de o defender de ser adulterado ou copiado mantendo-se assim a sua qualidade mas, acima de tudo, as suas características distintivas.
Hoje o Turismo de Portugal procura ainda a sua definição sobre o que deve ser realmente importante comunicar para o mundo; aquilo em que poderemos ser claramente diferenciadores e únicos. Sinceramente não me parece que a estratégia de “sea and sun” seja o caminho da diferenciação, pois em muito pouco nos distingue da comunicação e da estratégia de todos os países, sem excepção, da bacia mediterrânica, quer nos do sul da Europa quer nos do norte de África.
O que o Marquês de Pombal criou em 1756 foi a fortíssima marca “Douro” que tendo perdurado até aos nossos dias e tendo sido projectada mundialmente através do Vinho do Porto deve ser potenciada e projectada internacionalmente, pois coloca Portugal num patamar de inovação bastante dificil de ser anulado ou “atacado” por outros destinos.
A região do Douro respira Beleza – a beleza natural das margens do Douro que transportam ao longo do serpentear do rio as encostas camaleónicas ora verdes transpondo as cores das vinhas bem preenchidas de folhas, ora castanhas quando o Outono leva todas essas folhas para o descanso das terras xistosas dos socalcos Durienses; transpira história – das mais rupestres gravuras às seculares quintas plenas de “estórias” para contar, passando pelos ilustres cidadãos Durienses, de Fernão de Magalhães a Miguel Torga; e exprime-se na autenticidade, na simpatia e cultura das suas gentes.
Portugal tem a obrigação de olhar para o Douro com o valor inovativo que esta região representa para o país e para o mundo; esta região tem a obrigação de continuar a manter a diferenciação que o Marquês de Pombal iniciou.
A todos nós, Portugueses, cabe-nos a melhor e mais fácil parte, a de usufruir de tudo isto.
Porque não já no próximo fim-de-semana?
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