* Marketing Communications & Events Manager - Microsoft Portugal
Hoje excepcionalmente não vos vou falar de marcas, mas de uma coisa que me (nos) marca: PORTUGAL.
Não, também não vou ser mais uma Portuguesa a queixar-se e a falar mal do nosso País. E não, não estou aborrecida pelo empate da seleção (ok, está bem, estou um bocadinho!!!), mas de facto penso que ela é um embaraçoso reflexo do nosso país: jogamos à defesa, temos medo de atacar que é como quem diz, de empreende e inovar, e isto, não por falta de sobejo talento nacional.
Um dia li num blog que, se pedissem para definir Portugal, diríamos «quase». Quase é o mote em Portugal. Empatámos, mas quase ganhámos…Para nós é normal. Estamos habituados a isso enquanto Portugueses. Houve um momento em que senti que acreditámos, não individualmente, mas como um povo. E o responsável, para mim, quer queiram quer não, foi um senhor, brasileiro, chamado Scolari. Acho que ele falhou uma belíssima carreira de marketeer, embora tenha ganho um mundial, claro!
Mais do que treinador, admirei o trabalho que Scolari fez por Portugal e pelo chamado orgulho nacional. À parte de causas que por vezes abraçamos (Timor, etc) não me lembro de ter visto o País tão unido como nessa altura. Obrigada Scolari, por teres enfeitado o meu país de verde e vermelho, e teres feito mais pela aprendizagem do Hino e a promoção do orgulho nacional, que alguma outra instituição.
E então porque não está a acontecer isso agora? E porque é que os aeroportos estão a abarrotar e as marchas e os santos estão com menos gente? Bem como a tourada, as Revistas do Parque Mayer, A Volta a Portugal… e, por outro lado, cada vez vemos mais festivais que são mais do mesmo. Assiste-se a uma espécie de comida portuguesa de fusão ou lá o que isso é…
Pensei se a culpa é dos nossos media e marcas nacionais por não apoiarem estes eventos, mas não é verdade. Pelo contrário. O que me parece é que o Português cada vez se interessa menos pelo que é ‘’nosso’’ . E porque é que precisamos de ir ‘’para fora’’ para termos saudades da nossa terra, da nossa comidinha, da nossa beleza natural…?
Será que sabemos ensinar os nossos filhos a terem orgulho em serem Portugueses, será que o sistema de ensino passa isso?…
Não consigo imaginar a ideia de promover um país como se promove uma lata de bebida ou um hambúrguer…mas TENHO A CERTEZA que Portugal tem a famosa «unique selling proposition» e, enquanto não a encontramos, bora lá ser capaz de voltar a sofrer por uma seleção, de perder e ganhar estoicamente como português, de encher casas, cafés, ruas e estádios com bandeiras, mas também empresas e marcas nacionais com ideias vencedores e ímpares.
Vamos a isso Portugal!
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