16 de abril de 2010

Opiniões que Marcam

 


Frame, sequências TGA, HD, estereoscopia, motion control, high speed…


Exemplos do léxico de quem, diariamente, trabalha em e com produção, ou seja, praticamente todo o mercado de marketing e publicidade. Devem ser poucas as pessoas neste mercado que nunca tiveram dúvidas, quando solicitam um orçamento para a impressão de um relatório ou brochura, que nunca tiveram que optar entre um spot filmado em 35 mm ou em 16 mm. Estes conceitos e o que se lhes encontra associado, fazem parte da nossa realidade do nosso dia-a dia. Por isso, considero essencial que sejam conhecidos e entendidos por todos os participantes de um projecto. E isto significa que devem ser apreendidos tanto por fornecedores como por clientes. Principalmente estes.


 


Hoje sou fornecedor, trabalho numa agência, a APP – Agência Portuguesa de Produção, mas durante muito tempo fui cliente e penso por isso conhecer bem as duas perspectivas. Assim sendo, enquanto fornecedor tento contribuir para a formação dos nossos clientes. Não por motivos altruístas ou evangelizadores, mas sim por razões práticas e objectivas. A verdade é que, ao falarmos a mesma língua – nós e o cliente – o nosso trabalho torna-se bastante mais simples. Os processos fluem mais facilmente, com maior dinamismo. Essa agilidade aumenta a produtividade, melhora os resultados e, muito importante, diminui custos. Em suma, utilizar um léxico comum, conhecer as diferentes técnicas e suas implicações resulta em maior eficiência. 


 


Percebo que este seja um posicionamento algo diferente do que acontecia há 20 anos quando iniciei a minha actividade profissional, no lado do cliente enquanto “marketeer”. Nessa altura, por falta de tempo ou de visão, ou por outra razão qualquer que neste momento pouco importa, éramos remetidos ao que chamo de “obscurantismo”. A agência/fornecedor reservava para si o conhecimento da área, utilizando conceitos que na altura dificilmente um cliente dominava ou conhecia as implicações de optar por uma ou outra via, tendo até alguma “vergonha” em perguntar.
Essa falta de “sintonia” acabava muitas vezes por gerar escusados e complicados problemas num emaranhado de entropia e ruído, à imagem de uma torre de Babel.


 


Hoje, na APP, tentamos partilhar todos os “segredos” com os nossos clientes, a nossa linguagem, os nomes, as designações, as técnicas e os conceitos que utilizamos na produção audiovisual e na produção gráfica, bem como as implicações ao nível de timmings, custos e resultados das opções em aberto. Posso mesmo dizer que promovemos acções de formação a clientes, a agências de publicidade e ao mercado em geral. “Abrimos o jogo”, explicamos, esclarecemos, damos exemplos, mostramos, voltamos a explicar, se necessário. E, até agora estou contente com os resultados obtidos. Não é um trabalho fácil e envolve até e também formação interna, já que é crucial explicar aos colaboradores a importância de informarmos e formarmos os nossos clientes.
E os resultados, embora não sendo palpáveis, sentem-se no nosso dia-a-dia e principalmente nos resultados finais de um projecto.
E a Torre de Babel, essa fica longe, bem longe.



 

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