Secretária-geral da APAN
Em Janeiro deste ano a APAN desenvolveu, em conjunto com a World Federation of Advertisers (WFA), um inquérito sobre as práticas de remuneração de agências em Portugal, um dos temas que continua a marcar a agenda do sector da publicidade. Os anunciantes querem acompanhar e conhecer melhor os processos de remuneração praticados em todo o mundo – quais os critérios, os valores, os métodos mais utilizados e os mais eficazes.
O objectivo do estudo é, essencialmente, conseguir definir as principais tendências e ajudar as empresas a avaliar as suas actividades nesta área.
Quando comparados com um estudo de grande profundidade APAN /ARC elaborado em finais de 2007, estes resultados apontam uma certa continuidade, nas práticas em Portugal. Estes dados mais recentes apontam como principais conclusões:
• 64% dos inquiridos remuneram as suas agências criativas através de honorários fixos ou honorários baseados no custo da hora de trabalho;
• Apenas 13% dos inquiridos tem ainda uma agência que é simultaneamente responsável pela criatividade e pelo planeamento de meios;
• Exactamente 50% dos inquiridos atribui bónus ou prémios de desempenho às suas agências;
• A maioria das relações entre cliente e agência dura há mais de cinco anos;
• 63% dos inquiridos não prevê fazer qualquer alteração no modelo de remuneração das suas agências, apesar de 28% ponderar avaliar modelos de pagamento por resultados.
Embora as bases dos dois inquéritos sejam diferentes em número de inquiridos, a verdade é que parece existir, também já em Portugal, uma tendência para a remuneração das agências criativas contemplar cada vez mais uma componente associada ao valor acrescentado que trazem para o negócio e/ou para as marcas.
Quanto ao valor dos honorários pagos às agências, parecem reflectir uma percentagem do valor do orçamento global de media (a preços brutos), ao nível de outros países do mundo.
No que diz respeito à relação entre anunciantes e agências, se os resultados de 2007 mostravam que 42% dos anunciantes tinham alterado de forma significativa os seus acordos, com o objectivo de conseguir uma melhor relação qualidade/preço, a tendência apresentada no estudo actual demonstra que a maioria das empresas não pensa alterar os seus métodos de remuneração ou mudar de agência num futuro breve. Relacionado com este aspecto poderá também estar o facto de 83% dos inquiridos ter contratos formais com as agências com cláusula negocial anual.
Esta é uma pequena amostra das questões em avaliação, as quais a APAN procurará, tal como tem feito até aqui, desenvolver e actualizar em conjunto com os seus associados. Assim é e será possível dar aos anunciantes informação útil, que lhes permita ter uma maior e melhor percepção sobre as práticas nacionais e internacionais no âmbito dos processos de remuneração das suas agências de publicidade, de meios e de relações públicas.
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