*Director de Relações Institucionais, Marca e Comunicação Sonae
“Mude, mas comece devagar, porque a direcção é mais importante que a velocidade.”
Edson Marques – in “Mude”
Nos últimos tempos tenho reflectido sobre a mudança, os seus méritos os seus riscos, as suas implicações nas pessoas, nas organizações, na sociedade, na vida. Nos lugares comuns da vida podemos constatar que a tendência natural é para reter, manter, conservar, equilibrar – as Leis da Física isso determinam. Por tudo isto, e certamente muito mais outras razões, a tendência para manutenção do “status quo” e para a imobilidade é a primeira resistência sempre que se procuram alterar padrões, mudar pressupostos ou actuar de forma diferente dos paradigmas. Tarefa árdua para os agentes de mudança, no entanto se na vida a “rotina banaliza o estímulo” porque não pensar que também nas marcas isso pode acontecer? Será que este princípio se pode/deve aplicar às marcas? Será positivo para uma marca poder mudar? Será bom ter o estado de adaptação, de mutação, de dinamismo como pressuposto na sua criação?
Na minha opinião as marcas desta geração vão ter que ter em conta o factor Mudança.
As marcas são cada vez mais entidades sociais, que criam relações, que se expõem em territórios díspares no formato, na tecnologia, na expressão e na fisicalidade, contrariando os estados funcionais clássicos. Os pontos de contacto com as marcas cresceram exponencialmente à medida que a tecnologia evoluiu, provocando um tremendo desgaste na sua imagem, e uma terrível e sufocante necessidade de evoluir, acompanhar os movimentos, estar presente nas tendências.
Tal como as pessoas, as marcas, terão que se conseguir adaptar aos ambientes em que vivem, aos contextos em que convivem, aos suportes que as comunicam. Hoje em dia, e certamente cada vez mais nos próximos tempos, as marcas terão que ter um argumento para desenvolver, uma evolução para sustentar que não se deve esgotar no primeiro contacto, deve antes ser alimentada ao longo dos tempos, enriquecendo a sua essência, a sua história e necessariamente a relação e o interesse dos agentes com quem actua.
Importante referir que não acredito que esta adaptabilidade se deva também fazer ao nível dos valores dessa marca, ou da organização que representa; esses devem ser o garante da coerência estrutural do seu discurso, da sua actuação e dos seus princípios.
Provavelmente estaremos a falar de marcas mais orgânicas, marcas mais dinâmicas e, porque não dizer, marcas mais humanas procurando no Universo a referencia para actuar, sendo por isso mais ousadas, provavelmente mais difíceis, mas estou certo que com muito mais valor.
Acredito que vamos todos pensar mais nisto para as marcas como já o fazemos nas nossas vidas.
“Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!”
Edson Marques – in “Mude”
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