11 de fevereiro de 2010

Opiniões que Marcam

*Presidente do Grupo GCI


 


Em Dezembro, e para comemorar os 20 anos da certificação em Portugal, a APCER convidou José Gil para falar sobre a confiança. O tema prometia e, durante 25 minutos, o filósofo português não deixou ninguém indiferente com o seu discurso inteligente e, sobretudo, coerente. José Gil falou de confiança, da falta dela (e do típico “queixume” português) e do que é preciso para chegar até ela.


Explicou José Gil que a “confiança não se cria por decreto” mas “poderá abrir e expandir o laço social, pois ela própria constitui uma força poderosa: contamina, cria empatias, vence e inveja, acorda nos outros a confiança que lhes falta”.


 


 


Cito o discurso de José Gil porque, há duas semanas, a Edelman apresentou a décima edição do Trust Barometer – o estudo anual sobre a confiança nas empresas, instituições e Governos. O Trust, como lhe chamamos, tem-se tornado no grande barómetro mundial sobre a confiança, sobretudo depois da crise económica de 2007/2008 e consequente quebra dos índices… de confiança.


 


 


Tudo isto, uma vez mais, para dizer que as agências de PR (Public Relations) têm um papel importantíssimo no devolver da confiança. Somos nós que temos que estabelecer, para os nossos clientes, estratégias de liderança, convicção e consciência social. A confiança pressupõe responsabilidade social mútua, que é essencial para o futuro da comunicação e do próprio negócio da empresa em questão. Os últimos dados do Good Purpose – outro estudo global da Edelman – revelam que dois terços dos consumidores estão dispostos a mudar os hábitos de consumo se isso tornar o mundo um melhor lugar.


Ainda segundo o Good Purpose, 55% dos consumidores espera que as marcas patrocinem boas causas e 59% diz que não basta às empresas simplesmente gastar dinheiro – elas têm que integrar boas causas no dia-a-dia do seu negócio.


 


 


E é aqui que está um dos grandes desafios das agências de PR: liderar através de acções que envolvam os vários stakeholders das empresas, através de conceitos inovadores de responsabilidade social ou ambiental. Consumidores, organizações, comunidades e governos. Com todos eles os nossos clientes precisam de se relacionar e comunicar – e sentir em todos eles uma confiança “confortável”. Como diz José Gil, “a confiança abre o campo do futuro, abre espontaneamente o caminho para a expressão das nossas  forças criativas, para o risco saudável da inovação”.


 


 


PS: Sinal dos tempos: pela primeira vez em 23 anos, a Pepsi tomou o seu lugar no intervalo televisivo do Super Bowl e, anunciou mesmo, vai investir 15 milhões de euros no digital – a maior parte deles no Facebook. É preciso muita confiança para dar este passo – e a Pepsi mostrou que as grandes marcas não precisam de ter medo dos consumidores. O mundo mudou há muito, pena é que algumas empresas não o queiram ver.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor José Manuel Costa*  

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