21 de dezembro de 2009

Opiniões que Marcam

*Consultor em Estratégia, Marketing e Vendas



Em 2008 escrevi sobre este marca e evento exemplares, por isso não me admira que o mesmo seja objecto de disputa entre cidades. A interrogação que se me coloca é se, quando a disputa acontece entre as duas maiores cidades do País, Portugal ganha ou perde com essa dinâmica?



Julgo que do ponto de vista estritamente económico os benefícios serão idênticos, caso não tenha existido um leilão que originasse a subida do valor do evento; contudo relativamente à qualidade do evento, julgo que se perde, pois o Rio Douro tem melhores condições do que o Tejo; uma vez que no primeiro, dada a largura do rio, é possível distribuir o público pelas duas margens sem que uma ou outra margem percam qualidade. Já no Tejo, embora ainda não se conheça a localização do evento, parece obvio que tal não possa acontecer; o que potencialmente reduz a afluência ou, no limite, a satisfação do público que estiver distante e, por consequência, o impacto dos patrocinadores dos aviões e dos obstáculos.



Do ponto de vista da imagem, esta mudança destrói valor, uma vez que revela falta de criatividade e de estratégia das entidades de Lisboa, pois estão a proceder a uma cópia de uma estratégia de posicionamento anteriormente desenvolvidas pelas entidades do Porto, em vez de inovarem e se diferenciarem.
Parece-me assim que há mais o valor destruído do que acrescentado.



Seria desejável que as Cidades e Regiões Portuguesas se complementassem “num todo” turisticamente atraente e coerente, como aliás está previsto no PENT (Plano Estratégico Nacional de Turismo); e não que lutassem entre si.



O que virá a seguir? será que também vão transferir Serralves, a Casa da Música e as Caves do Vinho do Porto?

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